Armas nucleares? "Única resposta possível a algumas ameaças externas"

Ministro russo defende que o desenrolar do conflito na Ucrânia confirma a validade das preocupações de Moscovo neste campo.

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Notícias ao Minuto
18/08/2023 23:53 ‧ 18/08/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou, esta sexta-feira, que o uso de armas nucleares é visto como a "única resposta possível" a "algumas ameaças externas significativas à segurança" do país.

"Na verdade, muito se tem falado recentemente sobre o papel das armas nucleares na política externa da Rússia. Gostaria de lembrar que as condições para o seu possível uso da nossa parte estão estabelecidas em documentos doutrinários. É importante entendê-los", afirmou o diplomata numa entrevista a um jornal russo, segundo cita a agência estatal TASS, defendendo que a política da Rússia no campo da dissuasão nuclear "é exclusivamente defensiva".

"Visa manter o potencial das forças nucleares no nível mínimo necessário para a garantia da defesa da soberania e integridade territorial do Estado, impedindo a agressão contra a Rússia e os seus aliados", explicou.

"No contexto da dissuasão, a posse de armas nucleares é hoje a única resposta possível a algumas ameaças externas significativas à segurança de nosso país", defendeu.

Para Lavrov, o desenrolar do conflito na Ucrânia confirma a validade das preocupações de Moscovo neste campo. E deixou críticas ao Ocidente.

"Tendo violado flagrantemente o princípio da indivisibilidade da segurança, a NATO - uma organização que, deixe-me lembrá-lo, proclamou-se uma aliança nuclear - apostou na 'derrota estratégica' da Rússia. A nossa reação forçada para proteger o nosso contorno de segurança externa foi usada pelo 'Ocidente coletivo' como pretexto para passar a um confronto feroz usando um arsenal híbrido de meios", disse.

Assim, voltou a alertar para o perigo de um confronto militar direto entre potências nucleares, acusando os Estados Unidos e a NATO de agravarem a situação com o conflito ucraniano.

"Acreditamos que tal desenvolvimento de eventos deve e pode ser evitado. É por isso que devemos lembrar da existência de altos riscos político-militares e enviar sinais preocupantes aos nossos oponentes", rematou.

Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou o sucedido com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. 

O conflito tem sido condenado pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Líder de grupo de monitorização eleitoral detido na Rússia

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