Como é que a polícia apanhou Lucy Letby, a enfermeira que matou 7 bebés
Assassina foi considerada culpada da morte de sete recém-nascidos e tentativa de homicídio de outros seis. Hoje conheceu a sentença.
© Getty Images
Mundo Lucy Letby
Maio de 2017. Paul Hughes, investigador da polícia de Cheshire, no Reino Unido, vê-se a braços com um caso preocupante. O chefe tinha recebido uma carta do Hospital Condessa de Chester a pedir uma investigação ao aumento súbito de mortes inesperadas de recém-nascidos ao seu cuidado.
Quando se dirige à unidade hospitalar, é-lhe explicado que, entre junho de 2015 e junho de 2016, registaram-se várias mortes de inexplicáveis de bebés que estiveram ao cuidado de uma enfermeira, entretanto "instruída a não trabalhar", segundo conta a Sky News.
Mais. Desde que a enfermeira tinha sido transferida para uma "função administrativa", quase um ano antes da denúncia às autoridades, que não ocorreria nenhuma morte na neonatologia de Chester.
Apesar de estar na posse destes dados, Paul Hughes não quis acusar desde logo a enfermeira Lucy Letby. Todas as 17 mortes, assim como os 16 casos em que bebés sofreram "colapsos não fatais", foram investigados ao pormenor.
No final, concluiu-se que, pelo menos alguns deles tinham sido provocados. As causas da morte (e dos "colapsos não fatais") não tinham sido naturais, mas sim "infligidos".
'Operação Beija-Flor'
Começava assim a 'operação Beija-Flor' que, esta segunda-feira, chega ao fim, com a leitura da sentença de Lucy Letby, de 33 anos, condenada pelo homicídio de sete bebés e tentativa de assassinato de outros seis.
Nos meses seguintes à primeira investigação, as equipas passaram horas a analisar os turnos de todos os funcionários da unidade neonatal do Hospital de Chester e descobriram que havia "um padrão preocupante": a enfermeira Lucy Letby estava de plantão, e geralmente sozinha, antes de cada um dos casos.
Sabe-se agora que Lucy injetou ar, leite e até insulina nas vítimas e que escolheu, deliberadamente, os dias em que o fazia. Um prematuro foi morto no dia em que deveria ter nascido, outro no dia em que devia ter alta.
Só em junho de 2018, um ano depois de as autoridades começarem a investigar o caso, é que a enfermeira foi detida pela primeira vez.
Durante a detenção, a polícia encontrou um post-it onde Lucy tinha escrito: "Não mereço viver. Matei-os de propósito porque não sou boa o suficiente para tratar deles".
Mais tarde, as autoridades também perceberam que Lucy tinha procurado "repetidamente", segundo a Sky News, pelos pais das vítimas no Facebook, principalmente no Natal e aniversários da morte dos bebés, algo que demonstra obsessão com as famílias enlutadas.
Contudo, Lucy acabou por ser libertada.
Entretanto, por várias razões, entre as quais o surgimento da pandemia da Covid-19, só em novembro de 2020, a enfermeira foi novamente detida e formalmente acusada dos crimes.
Após dois anos e meio de prisão preventiva, na passada sexta-feira, no fim de um dos julgamentos mais longos da história do Reino Unido, a serial killer - considerada das mais maquiavélicas da história moderna do país - foi considerada culpada de sete homicídios e tentativa de assassinato de outros seis. Hoje foi lida a sentença, tendo sido condenada a prisão perpétua.
[Notícia atualizada às 14h39]
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