"Campanha de assassinato infantil". Letby condenada a prisão perpétua
A enfermeira passará o resto da vida na prisão, de acordo com a sentença proferida esta segunda-feira.
© Getty Images
Mundo Reino Unido
Lucy Letby, a enfermeira britânica acusada de matar sete bebés e de ter tentado assassinar outros seis foi, esta segunda-feira, condenada a prisão perpétua.
"Durante um período de 13 meses, matou sete bebés frágeis e tentou matar outros seis. Algumas das suas vítimas tinham apenas um dia ou alguns de idade. Todas eram extremamente vulneráveis", disse o juiz James Goss, antes de proferir a sentença.
E continuou: "Esta foi uma campanha cruel, calculada e cínica de assassinato infantil, envolvendo as crianças mais pequenas e vulneráveis, sabendo que as suas ações causariam sofrimento físico significativo."
O responsável atirou ainda que os crimes da enfermeira tinham como base uma "maldade profunda que se aproximava do sadismo", ressalvando que a mulher "negou friamente" os seus atos.
"Não tem remorsos. Não há fatores atenuantes. Na sua totalidade, os crimes de homicídio e de tentativa de homicídio são de gravidade excepcionalmente alta, e a punição justa, de acordo com a lei, requer uma ordem de prisão perpétua", justificou, lançando que Letby "vai passar o resto da vida na prisão".
Antes de concluir, Goss dirigiu-se às famílias das vítimas, assegurando estar "profundamente consciente das suas perdas e das terríveis consequências dos crimes do réu".
"As vossas vidas foram e continuarão a ser afetadas por estes eventos. O vosso comportamento e dignidade foram dos mais elevados, o que sinceramente reconheço com admiração e gratidão", rematou.
De notar que a enfermeira, que se recusou a estar presente na leitura da sentença, cometeu os crimes no Hospital Condessa de Chester, entre junho de 2015 e junho de 2016. Contudo, e apesar das suspeitas, Lucy Letby não foi demitida da unidade de saúde, nem denunciada às autoridades. Ao invés, foi suspensa do cargo de enfermeira e passou a desempenhar funções administrativas.
Após anos de investigação, a enfermeira, atualmente com 33 anos, foi detida pela primeira vez, em 2018, tendo sido formalmente acusada em 2020.
[Notícia atualizada às 13h30]
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