Cerca de 1.100 pessoas continuam desaparecidas no Havai, duas semanas depois dos incêndios florestais que devastaram a ilha de Maui, de acordo com o balanço feito pelas autoridades na terça-feira. Até esta quarta-feira, foram confirmadas 115 mortes.
Apesar de a lista de desaparecidos ser extensa, as autoridades admitem que o número pode vir ainda a aumentar.
Em conferência de imprensa dada na terça-feira, os responsáveis explicaram que há informações ambíguas, uma vez que alguns relatórios não têm o sobrenome ou a data de nascimento de alguns dos desaparecidos.
Também é possível que algumas pessoas apareçam em várias listas, uma vez que há dados recolhidos pelo departamento da polícia de Maui, pela Cruz Vermelha, e por outras organizações e centros de assistência.
O FBI criou uma linha telefónica e apelou a familiares de desaparecidos que entrem em contacto, de modo a que possam obter informações adicionais e cruzar as listas de nomes.
O chefe da polícia de Maui, John Pelletier, disse que as autoridades estão a verificar todos os dados e esperam publicar uma lista atualizada de pessoas desaparecidas "nos próximos dias".
Os agentes do FBI também têm recolhido amostras de ADN das famílias dos desaparecidos que não podem viajar para Maui, de modo a identificar as vítimas.
John Pelletier explicou que a devastação na ilha foi tão grande que as autoridades não garantem poder encontrar os restos mortais de todas as vítimas que morreram.
Até agora, apenas 27 dos 115 mortos foram identificados.
O fogo que se alastrou pela ilha no dia 8 de agosto destruiu carros, casas e prédios históricos. O incêndio tornou-se no mais mortífero dos Estados Unidos nos últimos 100 anos.
Durante os incêndios, os avisos oficiais na televisão, na rádio e no telemóvel revelaram-se inúteis para muitos habitantes sem eletricidade ou sem rede elétrica. As sirenes de alarme permaneceram em silêncio.
Foi aberto um inquérito para analisar a gestão da crise.
A justiça do Havai recebeu uma ação coletiva que acusa a maior distribuidora de eletricidade do arquipélago, a Hawaiian Electric, de ter causado os incêndios por ter deixado as linhas de energia operacional "durante as condições previstas de alto risco de incêndio".
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