"Glória a Hong Kong" foi frequentemente cantada por manifestantes durante protestos antigovernamentais, que duraram vários meses em 2019. Mais tarde, foi tocada por engano como o hino da região semiautónoma em eventos desportivos internacionais.
A decisão do tribunal de não proibir a canção, deliberação conhecida em julho, foi considerada como um revés para os líderes de Hong Kong que têm procurado reprimir a dissidência.
Os advogados do Governo solicitaram um recurso, argumentando que se a autoridade executiva considerasse necessária uma medida, o tribunal deveria permiti-la.
Os argumentos dos advogados levantaram preocupações sobre a independência judicial de Hong Kong.
Pequim prometeu manter intacto o sistema económico-social da cidade, após a ex-colónia britânica regressar ao domínio chinês, em 1997.
O juiz Anthony Chan concedeu hoje permissão ao Governo para apelar da sua decisão anterior, mas insistiu que a proibição da música é uma questão que cabe ao tribunal decidir.
O Governo foi a tribunal em junho, depois de o motor de busca norte-americano Google ter resistido à pressão para exibir o hino nacional da China como o principal resultado nas pesquisas pelo hino da cidade, em vez de "Glória a Hong Kong".
Os críticos das autoridades desta região administrativa especial chinesa alertaram que atender ao pedido de proibição da transmissão ou distribuição da música aumentaria o declínio das liberdades civis desde que Pequim lançou uma repressão após os protestos de 2019.
As mesmas vozes disseram que a concessão da ordem judicial poderia atrapalhar as operações dos gigantes da tecnologia e prejudicar a atratividade da cidade como centro de negócios.
A proibição teria como alvo qualquer pessoa que usasse a música para defender a separação de Hong Kong da China.
O Governo também procura proibir quaisquer ações que utilizem a canção para incitar outros a cometerem secessão e insultarem o hino nacional, incluindo na Internet.
Leia Também: Hong Kong restringe importações do Japão devido a descargas de Fukushima