O Ministério Público de Madrid admitiu, esta sexta-feira, a tramitação das denúncias contra o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, seguindo assim o processo para o Tribunal Nacional, após a sua abertura pela Fiscalía de Madrid (equivalente a Procuradoria-geral).
Em causa, segundo avança o jornal espanhol ABC, está um alegado crime de agressão sexual pelo beijo não consentido à jogadora Jenni Hermoso, na final do Mundial de Futebol Feminino.
A publicação adianta que "o Ministério Público considera que a alegada agressão sexual denunciada seria da jurisdição" do Tribunal Nacional "por ter sido cometida no estrangeiro".
A notícia surge minutos após Rubiales ter afirmado, durante a Assembleia Geral da RFEF, que não se demitia devido ao caso.
"Foi espontâneo, mútuo, eufórico e consentido, o que tem sido o mote de todas as críticas. Foi consentido, esta jogadora tinha falhado um penálti e eu tenho uma grande relação com todas as jogadoras, fomos uma família durante mais de um mês e tivemos momentos carinhosos durante toda a concentração", justificou.
O caso, recorde-se, aconteceu no domingo, durante a entrega de prémios pela vitória do Mundial de Futebol Feminino, após Espanha ter batido a Inglaterra por 1-0, num jogo disputado na Nova Zelândia.
Na quinta-feira, a campeã mundial recorreu ao seu sindicato para pedir sanções para Luis Rubiales. "Estamos a trabalhar para que atos como os que vimos nunca fiquem impunes, sejam sancionados e sejam adotadas as medidas pertinentes para proteger os jogadores de futebol de ações que consideramos inaceitáveis", pode ler-se na nota divulgada pelo sindicato.
No mesmo dia, a FIFA abriu hoje um inquérito disciplinar ao responsável, alegando que "esses fatos podem constituir uma violação das alíneas 1 e 2 do artigo 13 do código disciplinar da FIFA".
[Notícia atualizada às 12h15]
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