"Tragicamente podemos confirmar a morte de 73 pessoas, dos quais 66 adultos e sete crianças", disse em conferência de imprensa o gestor da cidade Floyd Brink, num balanço das operações de combate ao incêndio e de busca e salvamento, no final da tarde.
Floyd Brink disse que os bombeiros de Joanesburgo foram acionados às 01h19 locais, tendo chegado ao local do incidente às 01h21.
No combate ao incêndio foram mobilizados 43 bombeiros apoiados por 14 funcionários da proteção civil e 10 veículos de combate a incêndios, incluindo duas gruas, segundo o responsável municipal.
Os serviços de Saúde e de Emergência da província de Gauteng também estiveram no local, e realizaram a retirada de feridos do local, salientou.
"Estamos a envidar todos os esforços para providenciar apoio social e psicológico às famílias das vítimas e a todos os afetados nesta tragédia", disse Brink.
Nesse sentido, o responsável indicou que o departamento provincial de Desenvolvimento Social destacou "16 funcionários para prestar aconselhamento e apoio psicológico às pessoas afetadas e respetivas famílias".
A autarquia de Joanesburgo, a capital económica do país, montou três centros de acolhimento para receber as pessoas retiradas do edifício de cinco andares que foi destruído pelo incêndio.
"Podemos indicar que há aproximadamente 200 famílias que foram afetadas naquele edifício", estimou Floyd Brink.
O gestor municipal confirmou que as autoridades iniciaram uma investigação à causa do incêndio, sublinhando que o imóvel afetado "é propriedade da autarquia de Joanesburgo".
"Este é um edifício que anteriormente alugámos ao departamento provincial de Desenvolvimento Social, que o utilizou especificamente como abrigo para mulheres vítimas de abuso", afirmou à imprensa.
Brink explicou que no final do contrato de arrendamento as autoridades enfrentaram "alguns desafios com os ocupantes e, como resultado das hostilidades e do impasse, o edifício foi então invadido e sequestrado".
De acordo com o gestor, o departamento de investigação forense da autarquia realizou uma rusga ao imóvel em 2019, em que "140 estrangeiros foram presos por cobrar ilegalmente rendas aos moradores no prédio", acrescentando que o caso está com a polícia.
"Nenhuma atualização está disponível imediatamente nesta fase", frisou.
O Presidente da República, Cyril Ramaphosa, cancelou a agenda no final da tarde para visitar o local do incêndio em Marshalltown.
"Este incidente mostra-nos as cidades que deveríamos construir. As pessoas pobres precisam de permanecer no centro da cidade, mas é preciso que haja ordem", declarou o chefe de Estado sul-africano à chegada ao local.
O comissário da polícia da província de Gauteng, envolvente a Joanesburgo, Elias Mawela, anunciou que a força de segurança vai "trazer unidades especializadas para apurar a causa do incêndio".
Leia Também: PR de Moçambique solidário com África do Sul após "tragédia" em incêndio