O governo japonês anunciou, esta sexta-feira, que vai aplicar sanções a três grupos de piratas informáticos e quatro cidadãos, acusando-os de apoiar o programa de desenvolvimento nuclear e balístico da Coreia do Norte.
Numa conferência de imprensa, citada pela Associated Press, o executivo liderado por Fumio Kishida explicou que irá congelar os ativos bancários de três grupos norte-coreanos - identificados como Andariel, BlueNoroff e Korea Expo Joint Venture -, assim como de quatro pessoas, três deles baseadas na China.
Hirokazu Matsuno, secretário do gabinete do governo, afirmou que a decisão é motivada pela recente tentativa do regime de Pyongyang em tentar lançar um míssil de espionagem no passado dia 24 de agosto (uma tentativa que acabou por sair defraudada, com o aparelho a cair no mar durante a terceira fase do seu voo). Tóquio aponta ainda para o lançamento de dois mísseis balísticos, na quarta-feira, um tipo de testes que foi proibido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Além das sanções japonesas, os Estados Unidos já tinham anunciado sanções na quinta-feira contra dois indivíduos, um norte-coreano e um russo, ligados a uma empresa de Moscovo que tem ajudado a financiar o programa militar da ditadura liderada por Kim Jong-un.
A Coreia do Norte justificou os recentes testes - que foram descritos como o teste a uma invasão à Coreia do Sul - com aquilo que considera ser um crescimento da atividade militar na região, pela parte dos EUA, do Japão e dos vizinhos em Seul.
Os três aliados têm, de facto, aumentado o número de exercícios conjuntos na zona do Mar da China, perante as ameaças da China a Taiwan, e da própria Coreia do Norte.
Hirokazu Matsuno acrescentou ainda que pede que Pyongyang responde ao Japão sobre a detenção de presos políticos japoneses, detidos desde as décadas de 1970 e 1980, procurando reunir os presos com os seus familiares antes da sua eventual morte.
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