O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, apelou para que os países “parem de mostrar infantilismo político” com “possíveis ‘formatos político-diplomáticos de resolução de conflitos’”, uma vez que, na sua ótica, a Rússia “deve necessariamente perder”. Para o efeito, apelou, novamente, ao fornecimento de armas à Ucrânia.
“Vou repetir. A Rússia não precisa de paz, acordos ou de guerra. A Rússia precisa de uma pausa operacional imediata, de falsas ‘negociações’ para ganhar uma posição nos territórios ocupados, reconstruir o exército, realizar a mobilização, organizar várias provocações assustadoras na Europa (reduzindo, assim, o apoio à Ucrânia ) e, o mais importante, preservar-se como a elite dominante na própria Rússia…”, escreveu o responsável, na rede social Twitter.
Nessa linha, Podolyak apelou para que os países “parem de mostrar infantilismo político” ao mencionar “possíveis ‘formatos político-diplomáticos de resolução de conflitos’”. Isto porque, argumentou, “não se trata de um conflito, mas sim de uma guerra em grande escala, onde o agressor deve necessariamente perder”.
I will repeat. #Russia does not need peace, agreements, or war. Russia needs an immediate operational pause, fake "negotiations" to gain a foothold in the occupied territories, rebuild the army, carry out #mobilization, organize several frightening provocations in #Europe (thus…
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) September 2, 2023
“A única garantia para a paz completa e a desescalada são armas, armas e mais armas para a Ucrânia. Essa é a realidade”, rematou.
De notar que Podolyak é um conhecido crítico de qualquer tipo de negociação entre a Ucrânia e o regime do presidente russo, considerando que qualquer conversação com Putin não traria paz, mas acumularia vítimas, ao representar a vitória de Putin.
Ainda assim, Podolyak indicou, noutra ocasião, que “a Ucrânia nunca se recusou a negociar”.
“A nossa posição de negociação é conhecida e aberta. Putin está pronto? Obviamente que não. Portanto, somos construtivos na nossa avaliação: falaremos com o próximo líder da [Rússia]”, disse, alertando que, para a porta das conversações ser aberta, a Rússia deverá retirar as suas tropas da Ucrânia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.511 civis desde o início da guerra e 26.717 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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