"Acredito que neste outono haverá um 'boom' na produção de vários drones ucranianos - voadores, flutuantes, rastejantes" - e continuará a crescer em volume", disse Oleksii Reznikov em entrevista à agência ucraniana Ukrinform, referindo que a política de aumento do fabrico deste armamento começou há quase um ano.
O governo simplificou ou deixou cair algumas leis e regulamentações, o que deu "a oportunidade de ter este impulso, especialmente para os fabricantes de 'drones' que iniciaram a produção a partir de garagens", referiu.
Em 21 de julho de 2023, segundo a Ukrinform, o Conselho de Ministros da Ucrânia aprovou a resolução de Implementação doProjeto-Piloto sobre a Produção, Aquisição e Fornecimento de Munições para Sistemas Não Tripulados e Unidades de Combate de Sistemas Não Tripulado.
Os 'drones' têm sido ativamente utilizados pelas forças armadas ucranianas nos últimos meses, incluindo ações bem sucedidas contra a frota russa do Mar Negro e alvos na Crimeia. O próprio território da Rússia, incluindo a capital, tem sofrido ataques com estas armas, embora não reivindicados por Kiev.
Na entrevista, o governante indiciou também que a Ucrânia recebeu cerca de 100 mil milhões de dólares (92,7 mil milhões de euros) desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, o que inclui todos os pacotes de ajuda.
De acordo com Reznikov, a maior parte do orçamento do Ministério da Defesa ucraniano é gasto no apoio financeiro aos militares e em compensações.
Em simultâneo, o ministro da Defesa revelou que as forças de segurança e defesa da Ucrânia já implementaram 287 normas da NATO e planeiam introduzir mais 200 antes do final de 2023.
"As forças de segurança e defesa da Ucrânia implementaram 287 normas da NATO, o que representa cerca de um quarto do número total e 174 foram adotadas no âmbito dos Objetivos da Parceria Ucrânia-NATO", disse Reznikov.
No entanto, o ministro referiu que o número de normas implementadas não é um fator determinante na tomada de uma decisão política relativa à adesão e a maioria dos Estados-membros cumpre, em média, cerca de 30% das normas.
"De acordo com este indicador, a Ucrânia até excedeu os indicadores de alguns estados membros", observou.
Destacou que existem normas que a Ucrânia não precisa cumprir, dando como exemplo a qualidade da água potável fornecida às tropas, que é ainda assim mais elevada na Ucrânia do que nos países da NATO.
Reznikov nomeou três critérios que serão decisivos no processo de integração da Ucrânia na NATO: controlo democrático civil sobre as forças armadas, tanto em termos de legislação como das infraestruturas, procedimentos claros, transparentes e responsáveis ??para o fornecimento de equipamento militar e planeamento de operações conjuntas.
Em 30 de setembro de 2022, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o presidente do parlamento, Ruslan Stefanchuk, e o primeiro-ministro, Denys Shmyhal, assinaram o pedido de adesão acelerada da Ucrânia à NATO.
Na última cimeira da NATO, realizada em julho em Vílnius, o convite à Ucrânia para aderir à Aliança Atlântica ficou pendente do acordo de Estados-membros "quando as condições estiverem reunidas", disse o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, o que gerou desconforto em Kiev, que esperava um compromisso mais firme.
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