Umerov, de 41 anos, nasceu no que então era a república soviética do Uzbequistão, onde a família foi exilada durante o regime de Estaline, e era ainda uma criança quando se reinstalaram na Crimeia, quando os tártaros foram autorizados a ali regressar, nas décadas de 1980 e 1990.
Começou a trabalhar no setor das telecomunicações em 2004 e é deputado do parlamento da Ucrânia desde 2019.
No parlamento, foi copresidente da Plataforma da Crimeia, que coordenava os esforços diplomáticos internacionais para reverter a anexação da península pela Rússia em 2014.
Durante muitos anos, foi conselheiro do líder histórico dos tártaros da Crimeia, Mustafa Dzhemilev.
A Rússia confirmou a anexação da Crimeia num referendo considerado ilegítimo pela Ucrânia e seus aliados ocidentais.
Os tártaros, que constituem entre 12% e 15% da população da Crimeia, boicotaram amplamente o referendo. Em consequência, Moscovo proibiu a Mejlis, a assembleia tradicional da minoria muçulmana tártara, classificando-a como organização extremista e encarcerando muitos dos seus membros.
Tanto após a anexação da Crimeia como depois do início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Rustem Umerov participou, diversas vezes, em negociações discretas com Moscovo, nomeadamente sobre trocas de prisioneiros e operações de retirada de civis.
Fez parte da delegação ucraniana para as negociações com Moscovo que, com o patrocínio da Turquia e da ONU, permitiram a criação de um corredor marítimo para a exportação dos cereais ucranianos pelo mar Negro.
A Rússia retirou-se recentemente desse acordo, argumentando que Kiev e o Ocidente não deixavam passar em quantidade suficiente as exportações russas.
Em setembro de 2022, Umerov foi nomeado diretor do Fundo de Propriedade do Estado, um cargo de grande visibilidade num país onde o processo de privatização está minado pela corrupção.
O Ministério da Defesa que lhe deixa o antecessor Oleksiï Reznikov esteve também no centro de escândalos de corrupção.
Ao anunciar que queria fazer dele o seu próximo ministro da Defesa, Zelensky indicou que apresentaria a nomeação ao parlamento esta semana.
"O parlamento conhece bem esta pessoa, e o senhor Umerov não precisa de mais nenhuma apresentação", garantiu o presidente ucraniano.
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