A cidade de Myawady tem sido palco de confrontos esporádicos entre o Exército e os combatentes da oposição aos militares no poder em Myanmar (Birmânia) desde o golpe militar de fevereiro de 2021.
Ao princípio da noite de domingo, os dois primeiros engenhos explosivos atingiram um complexo onde está instalado o gabinete da polícia e a sede da administração geral, sem causar feridos, disse uma fonte militar à France Presse (AFP).
Enquanto as autoridades tomavam "medidas de segurança" após o primeiro ataque, foram lançados dois outros engenhos explosivos que mataram cinco pessoas e feriram 11, segundo a mesma fonte que pediu anonimato por não estar autorizada a falar com os meios de comunicação social.
Entre as vítimas contam-se um militar, dois polícias e dois funcionários dos serviços administrativos, acrescentou a fonte.
Onze polícias ficaram feridos, cinco dos quais com gravidade, acrescentou.
Uma fonte da polícia local, que também pediu o anonimato, confirmou o ataque e o número de vítimas.
Nenhuma das fontes disse quem foi a organização responsável pela operação contra as forças leais à Junta Militar.
Mesmo assim, uma das fontes policiais admitiu que o ataque pode ter sido levado a cabo pelos grupos armados Forças de Defesa do Povo (PDF) e pelo Exército de Libertação Nacional de Karene (KNLA), uma organização local que luta contra o Exército birmanês há várias décadas.
Nesta operação, os combatentes que lutam contra a Junta Militar utilizaram aparelhos aéreos não pilotados (drones) para fins de vigilância e para lançarem os engenhos explosivos.
Um habitante de Myawady, que não quis ser identificado, disse à AFP ter ouvido duas explosões no domingo à noite nesta cidade que faz fronteira com a província tailandesa de Tak.
Desde o golpe de Estado, o KNLA e o PDF têm confrontado os militares na cidade de Myawady e arredores, Estado de Karen, o que já levou dezenas de milhares de pessoas a refugiarem-se na Tailândia.
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