Borrell confirma que diplomata sueco está detido no Irão

O diplomata, Johan Floderus, terá sido detido em abril de 2022 durante uma visita turística ao Irão

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© Simon Wohlfahrt/Bloomberg via Getty Images

Notícias ao Minuto
05/09/2023 08:50 ‧ 05/09/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

União Europeia

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, confirmou, esta terça-feira, que há um diplomata detido no Irão, avança a agência France-Presse.

De acordo com o New York Times, Johan Floderus, de 33 anos, foi detido sob suspeitas de espionagem, enquanto estava de férias no país.

A publicação adianta ainda que a detenção foi feita no aeroporto de Teerão, em abril de 2022, quando Floderus se preparava para regressar a casa.

"Quero sublinhar que eu, pessoalmente, toda a minha equipa a todos os níveis - instituições europeias em estreita coordenação com as autoridades suecas, que têm a primeira responsabilidade pela proteção consular - e com a sua família, temos pressionado as autoridades iranianas a libertá-lo", referiu em Cadiz, Espanha.

O responsável referiu que o diplomata estava apreso "há mais de 500 dias" e que de todas as vezes que houve encontros a n+ivel diplomático com o Irão o caso "foi um assunto em cima da mesa".

Em comunicado ao Politico, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Tobias Billström, garantiu que que o executivo "trabalhou - e está a trabalhar - de forma muito intensa neste caso".

"A pessoa em causa foi privada de forma arbitrária da sua liberdade e deve, portanto, ser libertada de imediato. Esta ideia foi transmitida, inclusive, por mim pessoalmente. Para além disso, não posso entrar em mais detalhes", referia o responsável pela pasta na segunda-feira.

À emissora sueca STV, a família disse que estava "extremamente preocupada". "Sabemos que muitas pessoas estão a trabalhar para o libertarem, e estamos agradecidos por isso", referiram em comunicado. "Mas, ao mesmo tempo, cada dia é um tormento - para nós, e, sobretudo, para Johan. Ele tem de ser libertado e voltar para casa de imediato", referiram também na segunda-feira. 

Johan Floderus não é caso único

Já o porta-voz do chefe da diplomacia da UE referiu, no mesmo dia, que estavam em contacto com as autoridades suecas devido às suas responsabilidades consulares. Na altura, não confirmou se Floderus trabalhava no Serviço Europeu de Ação Externa.

"Este caso também tem de ser visto no contexto do número crescente de decisões arbitrárias que envolvem cidadãos europeus", referiu Stano, acrescentando: "Aproveitamos e continuaremos a aproveitar todas as oportunidades para levantar a questão junto das autoridades iranianas para conseguir - em estreita cooperação com os Estados-membros envolvidos - a libertação de todos os cidadãos da UE detidos arbitrariamente".

Segundo o New York Times, Floderus é a mais recente aposta de Teerão neste padrão recente de realizar diplomacia a partir de situações de reféns.

Já este ano, um trabalhador belga de causas humanitárias, Olivier Vandecasteele, foi libertado depois de passar, de acordo com o Politico, mais de um ano detido no Irão. Vandecasteele regressou a casa depois de a Bélgica ter concordado numa troca de prisioneiros, na qual o terrorista Assadollah Assadi.

Perante as notícias da detenção, os eurodeputados recorreram às redes sociais para sublinhar que o Parlamento Europeu deveria ter sido informado desta situação. "Um funcionário da UE está detido no Irão há mais de 500 dias? O Serviço Europeu de Ação Externa deveria ter informado o Parlamento Europeu, para ser sincera. Incluindo informações sobre o que está a ser feito para o retirar de lá e como é que isso impactou e como foi abordado no Plano de Ação Conjunto Global", escreveu Hannah Neumann. 
 

Já a eurodeputada sueca Abir Al-Sahlani  considerou que a situação era "ultrajante". "O regime dos Mullahs no Irão teve a oportunidade de chantagear os governos europeus e continuar a matar pessoas. Quando é que estes governos vão acordar? Não há negociações com regimes terroristas". escreveu.

[Notícia atualizada às 9h37]

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