Nazismo? Ucrânia responde a Putin: "Justificação para crimes de guerra"
Putin afirmou que era "extremamente abominável" que "um judeu" como Zelensky encubra o nazismo na Ucrânia. A Ucrânia, pela voz do conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak, considera que as declarações são "uma justificação para os crimes de guerra russos".
© SERGEI SUPINSKY/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
O conselheiro ucraniano presidencial Mykhailo Podolyak respondeu, esta segunda-feira, ao presidente russo, Vladimir Putin, que acusou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de "encobrir a glorificação na Ucrânia do nazismo" e do "Holocausto".
Putin afirmou, durante uma reunião do comité 'Vitória', responsável por organizar os festejos do aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, que era "extremamente abominável" que "um judeu" como Zelensky encubra o nazismo na Ucrânia.
Na rede social X (antigo Twitter), o conselheiro do presidente ucraniano considerou que as declarações de Putin se tratavam de "uma justificação para os crimes de guerra russos na Ucrânia".
"Mais uma vez, uma pessoa que deliberadamente dá ordens para atacar outro países com mísseis, matar em massa, violar, raptar crianças e arrasar cidades e aldeias apresenta uma nova justificação para a sua inadequação interna", acusou Podolyak, acrescentando que "esta é mais uma confirmação de que o presidente russo vive no seu próprio mundo, numa bolha artificial isolada da realidade".
A person who does not use phones or computers calls for looking at what "Jews write on the Internet about President Zelenskyy" as a justification for Russian war crimes in Ukraine. Once again, a person who deliberately gives orders to attack another country with missiles, kill en…
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) September 5, 2023
Para Podolyak, tal mostra que Putin "está completamente incapacitado e que é impossível negociar com ele".
"Putin não é um ator racional que valha a pena investir em parcerias a longo prazo: isto deveria ser claro para os atores de todas as partes do mundo", frisou.
Nas suas declarações, o presidente russo afirmou ainda que "os curadores ocidentais colocaram uma pessoa à frente da Ucrânia moderna - um judeu étnico, com raízes judaicas, com origens judaicas" para "encobrir uma essência anti-humana que é a base... do Estado ucraniano moderno".
"E isso torna toda a situação extremamente repugnante, na medida em que um judeu de etnia judaica está a encobrir a glorificação do nazismo e a encobrir aqueles que lideraram o Holocausto na Ucrânia em determinada altura - e isto é o extermínio de um milhão e meio de pessoas", atirou Putin.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 17 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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