"Os Estados Unidos estão empenhados em dar à Ucrânia os meios para escrever o seu próprio futuro (...) Hoje, anunciamos uma nova ajuda totalizando mais de mil milhões de dólares", afirmou no decurso de uma visita não anunciada à capital ucraniana.
A disponibilização do novo pacote de ajuda financeira já tinha sido avançada aos jornalistas por um alto funcionário do Departamento de Estado no início da visita e foi agora confirmada por Blinken, após se ter avistado com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o seu homólogo, Dmytro Kuleba, e também com o primeiro-ministro do executivo de Kiev, Denys Shmyhal.
A deslocação do chefe da diplomacia norte-americana ocorre numa fase em que a Ucrânia mantém há três meses uma contraofensiva para recuperar território às forças russas, marcada por avanços lentos apesar do apoio militar dos aliados ocidentais, face às fortes linhas defensivas das tropas de Moscovo, sobretudo na frente sul.
"O progresso na contraofensiva em curso acelerou nas últimas semanas e esta nova ajuda ajudará a dar-lhe um novo impulso", declarou Blinken, citado pela Agência France Presse, insistindo numa mensagem que já tinha deixado ao longo do dia de que a investida ucraniana tem progressos visíveis e que a sua presença em Kiev se destina a assegurar que a Ucrânia "tem tudo o que precisa".
A par do novo pacote de ajuda financeira norte-americana, o Pentágono divulgou hoje que vai fornecer à Ucrânia munições de urânio empobrecido, que são eficazes contra tanques e veículos blindados.
As munições de 120 milímetros destinam-se aos tanques norte-americanos Abrams e integram uma nova parcela de ajuda militar destinada a Kiev no valor de 175 milhões de dólares (163 milhões de euros), segundo adiantou o Pentágono em comunicado.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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