O atentado ocorreu um dia depois de um duplo ataque atribuído a terroristas, que mataram pelo menos 64 civis e soldados no norte do país.
O exército, através das suas redes sociais, referiu-se a um "ataque "complexo" na zona do aeroporto, o que indica o envolvimento de diferentes meios, mas não deu qualquer informação sobre o número de vítimas do atentado de hoje.
Um funcionário do aeroporto foi contactado pela agência noticiosa France-Press (AFP) e relatou um ataque com dois veículos-bomba, acompanhado de tiros. O aeroporto foi encerrado, segundo a fonte citada pela AFP.
Tal como o ataque de quinta-feira, a uma posição militar em Bamba, mais a oeste, o atentado foi reivindicado pelo Grupo de Apoio aos Islão e aos Muçulmanos (GSIM, na sigla em francês), uma aliança afiliada à Al-Qaeda, informou a SITE, uma organização não-governamental (ONG) americana especializada na monitorização de grupos radicais.
As autoridades decretaram três dias de luto nacional a partir de hoje, devido à violência que ocorreu nos últimos dias.
A pressão dos grupos armados sobre o Estado no norte do país tem aumentado nas últimas semanas, aumentando os receios face à violência crescente num país que vive em tumultos desde 2012 e onde o acesso a informações fiáveis é dificultado por fatores como a distância, comunicações deficientes, silêncio das autoridades, segundo a AFP.
O norte do país está a ser disputado por grupos terroristas entre si e contra o exército do Mali e grupos armados tuaregues contra milicianos e contra o exército nacional.
Vastas zonas da região de Gao, onde ocorreram estes últimos ataques, caíram sob o controlo do Estado Islâmico.
Foi a partir do norte, com as insurreições independentistas e salafistas de 2012, que começou a turbulência em que o Mali ainda está mergulhado e que se estendeu aos vizinhos Burkina Faso e Níger, e que matou milhares de pessoas.
Em 2015, os independentistas assinaram um acordo de paz com o Governo maliano, enquanto os extremistas continuaram a combater.
Está em curso uma reconfiguração da segurança no norte, após a partida da força anti-terrorista francesa em 2022 e a partida em curso da missão da ONU (MINUSMA).
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