"O G20 indicou muito claramente que apoia uma paz justa e duradoura, que é o contrário do que propõe a Rússia, que sugere um cessar-fogo e não uma paz duradoura e justa", disse Macron em conferência de imprensa em Nova Deli, Índia, onde decorreu este fim de semana a 18.ª reunião do G20 (grupo das 19 maiores economias do mundo e União Europeia a que se juntou a partir de sábado a União Africana).
O chefe de Estado francês respondia a questões que o confrontavam com as críticas da Ucrânia de falta de condenação expressa do G20 à invasão russa do país, em fevereiro de 2022.
A declaração final da cimeira pede a "todos os Estados" que evitem "a ameaça ou o uso da força para tomar territórios", mas não condena a guerra na Ucrânia.
Emmanuel Macron assinalou que a cimeira de Nova Deli reiterou, por escrito, o compromisso do G20 com a Carta das Nações Unidas, que "é violada pela Rússia".
"Portanto, não há ambiguidade", sublinhou o Presidente francês, expressando a sua satisfação geral com os resultados obtidos na Índia, que presidiu ao G20.
A próxima cimeira do G20 realiza-se em novembro de 2024, no Rio de Janeiro, no Brasil, que assumiu hoje a presidência rotativa do G20 no final da reunião de Nova Deli.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na última sessão da cimeira, que considerou bem-sucedida, que os membros do G20 não devem deixar que "as questões geopolíticas bloqueiem a agenda das discussões".
"Não temos qualquer interesse em que o G20 fique dividido. Precisamos de paz e cooperação em vez de conflitos", frisou.
Para Kiev, que se pronunciava através de um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, "o G20 não tem nada de que se orgulhar".
Em contrapartida, a Rússia considerou a cimeira na Índia um sucesso.
"Fomos capazes de abortar as tentativas do Ocidente de 'ucranizar' a agenda da cimeira", sustentou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que se deslocou a Nova Deli em substituição do Presidente Vladimir Putin, que Lula da Silva promete convidar para a cimeira do Rio de Janeiro, apesar de Putin ter um mandado de detenção internacional por crimes de guerra que o Brasil estará obrigado em teoria a cumprir pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional.
"Se sou Presidente do Brasil e ele [Putin] vier ao Brasil não há motivo para ser preso", asseverou, no entanto, Lula da Silva, em declarações a uma cadeia de televisão indiana.
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