Um forte sismo assolou Marrocos na sexta-feira, vitimando mais de 2.100 pessoas e deixando um rasto de destruição.
Em uníssimo, o mundo prontificou-se a ajudar, mas 'esbarrou' em autorizações que não foram concedidas.
Três dias passaram e, até agora, Marrocos aceitou ajuda de apenas quatro países - Espanha, Qatar, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos - sendo que muitos outros (incluindo Portugal) se mostraram disponíveis.
O rei Mohammed VI de Marrocos agradeceu já aos quatro estados pelo envio de ajuda. O país avaliou as necessidades de ajuda e considerou a importância de coordenar o esforço de socorro antes de aceitar a ajuda, acrescentou.
Contudo, o coro de críticas levanta-se, com ONG a dizerem-se prontas, mas à espera de 'luz verde' de Rabat.
O fundador de uma organização francesa de socorristas, Arnaud Fraisse, acusou já o governo marroquino de bloquear a chegada de equipas estrangeiras de busca e salvamento aos locais mais afetados pelo terramoto.
Jornalistas destacados para o terreno também têm dado conta da lentidão do socorro e da precariedade dos acampamentos.
O primeiro-ministro português, António Costa, já reiterou que Portugal tem equipas de proteção civil e medicina legal em estado de "prontidão" para apoiar o país.
"Já disponibilizámos ao Reino de Marrocos a total disponibilidade de Portugal participar no apoio que entenda necessário. Até agora, não nos foi solicitado qualquer apoio, mas temos disponíveis, quer na área da proteção civil, quer na área da medicina legal. Temos equipas que estão em estado de prontidão para apoiarem o Reino de Marrocos se houver alguma solicitação nesse sentido", afirmou.
Segundo a AP, as Nações Unidas já têm uma equipa no terreno, em coordenação com as autoridades locais, para avaliar a ajuda internacional que será necessária.
O rei de Marrocos ordenou que seja providenciada água, comida e abrigo a quem perdeu as suas casas e pediu que as mesquitas espalhadas pelo país rezassem pelas vítimas.
O exército marroquino mobilizou equipas especializadas de busca e resgate.
Algumas lojas de Marraquexe já voltaram a abrir portas, depois de o rei ter encorajado a retoma da atividade económica e ter dado ordens para o início da reconstrução dos edifícios destruídos.
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