"A UE condena veementemente a realização destas 'eleições' ilegitimas na República Autónoma da Crimeia, na cidade de Sevastopol e em partes das regiões ucranianas do Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson", disse em comunicado o alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.
Os 27 condenaram e rejeitaram "mais uma tentativa fútil da Rússia de legitimar ou normalizar o controlo militar ilegal e a tentativa de anexação de partes do território ucraniano".
As eleições ilegais, acrescentou Josep Borrell, são também "mais uma manifesta violação da lei internacional, incluindo da Carta das Nações Unidas, da independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia".
Por isso, a UE "não vai reconhecer a realização das chamadas 'eleições', muito menos os resultados".
E Borrell deixou uma ameaça: "Haverá consequências destas ações ilegais para a liderança política da Rússia e para os envolvidos na organização [das eleições]."
O chefe da diplomacia europeia acrescentou que é impossível haver eleições em territórios ocupados onde estão a ser atribuídos passaportes "ilegal e forçada" a cidadãos ucranianos, "incluindo crianças", onde há "transferências forçadas e deportações, violações e abusos dos direitos humanos sistemáticas e transversais, assim como intimidação e um aumento na repressão" de cidadãos da Ucrânia pelas autoridades "ilegitimamente nomeadas" por Moscovo.
O partido Rússia Unida, do Presidente russo, Vladimir Putin, venceu no domingo com uma maioria confortável as eleições nos territórios ucranianos ocupados.
As comissões eleitorais impostas por Moscovo na República Autónoma da Crimeia, na cidade de Sevastopol e em partes das regiões ucranianas do Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, indicaram que cinco partidos com representação no parlamento russo apresentaram candidatos às assembleias locais e que o partido de Putin estava bem destacado na frente, de acordo com os resultados prelminares.
As eleições têm como finalidade legitimar politicamente a anexação e realizaram-se no mesmo dia em que no território russo há eleições regionais e municipais.
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