Putin afastou o que classificou de "movimentos bruscos" do Estado no mercado de divisas para reforçar o rublo (moeda da Rússia), cuja depreciação obrigou o Banco Central da Rússia a aumentar em 12% as taxas de juro.
"Não haverá movimentos bruscos", disse o Chefe de Estado no Fórum Económico Oriental que decorre em Vladivostoque, extremo oriental da Rússia, respondendo a uma pergunta sobre a possível intervenção do Estado sobre o mercado de divisas.
Putin disse ainda que o assunto requer uma "análise minuciosa" por parte do Governo e do Banco Central da Rússia que deve rever na próxima sexta-feira as taxas de juro, durante uma reunião que já estava marcada.
"Em termos gerais, não creio que sobre isto venham a verificar-se dificuldades e problemas insuperáveis", disse.
Segundo Putin, a situação do rublo "obedece a vários fatores, entre os quais a distribuição ou não das divisas obtidas pelos maiores exportadores".
O chefe de Estado russo acrescentou que quando o dólar estava a 60 rublos (atualmente o câmbio situa-se nos 96,5 rublos face ao dólar norte-americano) "as cadeias logísticas de importação ainda não estavam em funcionamento pleno".
"Agora, o nosso mercado atinge um volume cada vez maior no que diz respeito a importações, o que significa que necessita de mais divisas externas", afirmou Putin frisando que "também há outros fatores" que considerou "manobráveis".
Em março de 2022, após o início da segunda invasão russa da Ucrânia, as autoridades de Moscovo impuseram restrições à operações de divisas que o Banco Central da Russa prorrogou na passada quinta-feira por um período de mais seis meses: até ao dia 09 de março de 2024.
Por outro lado, o chefe de Estado da Rússia voltou a criticar as sanções e intervenções internacionais sobre fundos do país.
"A apreensão de fundos, e não apenas os meus, mas aqueles que são obtidos legalmente por parte das nossas empresas, dos nossos empresários, ultrapassa todos os limites admissíveis", disse o chefe de Estado russo durante o mesmo discurso em Vladivostoque.
"As pessoas que fazem estas coisas (sanções) nem sequer entendem as consequências negativas para elas próprias. Ainda não perceberam", disse Putin.
A Europa congelou no princípio da invasão da Ucrânia pelas forças russas, em fevereiro de 2022, 19 mil milhões de euros a "oligarcas" russos.
A nível internacional, foram bloqueados cerca de 300 mil milhões de dólares em reservas de ouro e divisas do Banco Central da Rússia.
Mesmo assim, Putin afirmou que a Rússia "já ganhou mais do dobro do montante bloqueado".
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