A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, defendeu que a controvérsia sobre as alegadas relações comerciais do marido com a Rússia, mesmo após a invasão da Ucrânia, é uma “caça às bruxas” organizada pela oposição do país.
"Isto é uma caça às bruxas por parte da oposição", disse Kallas ao jornal britânico The Guardian. "É uma desculpa para perder tempo no parlamento e obstruir a nossa agenda progressista".
A polémica rebentou no final do mês de agosto, quando a oposição e a comunicação social da Estónia exigiram a renúncia da governante, após revelações de que uma empresa parcialmente controlada pelo marido, Arvo Hallik, continuava a operar na Rússia.
Em causa está a empresa de transportes Stark Logistics, que continuou a fazer entregas para a Rússia após o início da guerra na Ucrânia. Num comunicado, a empresa referiu que tinha apenas um cliente estoniano, a Metaprint, que está atualmente em processo de encerramento da sua fábrica na Rússia, e que a Stark Logistics estava a fazer entregas para ajudar a esse encerramento.
Na sequência destas revelações, Kallas, primeira-ministra da Estónia desde 2021, garantiu que todo o comércio com a Rússia deve "parar enquanto a guerra de agressão russa contra a Ucrânia continuar".
A governante sublinhou também que a empresa do seu marido estava a ajudar um dos seus clientes estonianos na Rússia "de acordo com as leis e sanções impostas".
Após a polémica, Arvo Hallik pediu desculpa “pela situação e pelos danos causados” à mulher, garantindo que Kaja Kallas “não tinha conhecimento” das suas atividades profissionais e que iria vender as suas ações na Stark Logistics.
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