"A classe concede o prazo, até final de setembro, para [o Governo] resolver estas questões, sob pena de enveredarmos por outras formas de luta", afirmou o presidente do SINDEF, José Elídio Sanches, em conferência de imprensa, na Praia.
As reivindicações incluem questões como a falta de envio das contribuições para a previdência social, descanso semanal, suspensão de subsídios de risco e de turnos, transição de carreira e promoções.
"Todos estes aspetos foram objeto de acordo com o Ministério da Saúde em 2018", mas ainda não foram resolvidos, mesmo depois de condensados numa nota redigida em maio, momento ao qual já se seguiram dois encontros, sem consenso.
"Fazia parte do acordo que, até março, negociariam uma nova grelha salarial específica para a classe, o que não aconteceu", lamentou José Sanches, apontando que foi enviada, no mês de junho, a proposta de um aumento do salário base de 68 para 80 mil escudos cabo-verdianos (de 615 para 723 euros).
Por outro lado, o dirigente sindical considerou "deplorável e muito grave" a falta de encaminhamento das contribuições para a segurança social.
A Lusa tentou obter esclarecimentos por parte do Ministério da Saúde, mas, para já, sem resultado.
A ministra da Saúde de Cabo Verde, Filomena Gonçalves, anunciou no final de agosto que, pela primeira vez num Orçamento de Estado (para 2024), a despesa com pessoal deverá ultrapassar a despesa de investimento.
"É até um paradoxo, porque, normalmente, em orçamentos, a ênfase deve ser o investimento, mas, neste momento, na Saúde, a prioridade das prioridades são os recursos humanos", referiu a governante.
Cabo Verde tem mais de 1.000 profissionais na área da enfermagem, disse em junho o primeiro bastonário da Ordem dos Enfermeiros.
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