A Ucrânia quer processar a Polónia, a Hungria e a Eslováquia, por proibirem a importação de cereais ucranianos. A notícia foi avançada pelo vice-ministro da Economia ucraniano, Taras Kachka, numa entrevista ao jornal Politico.
Em causa está o facto de a União Europeia (UE) ter autorizado, em abril, cinco Estados-membros - Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia - a proibir a comercialização de trigo, milho, colza e sementes de girassol ucranianos no seu território, desde que isso não impedisse o trânsito dos cereais para outros países.
O objetivo seria proteger os agricultores destes países, que culpavam estas importações pela queda dos preços nos seus mercados locais. As proibições expiraram na passada sexta-feira, mas a Polónia, Eslováquia e Hungria anunciaram as suas próprias restrições.
"É importante provar que estas ações são juridicamente erradas. E é por isso que vamos dar início a um processo judicial amanhã", disse Kachka ao Politico, acrescentando que a Ucrânia poderá também impor restrições à Polónia.
"Seríamos forçados a retaliar sobre os produtos adicionais e proibiríamos a importação de frutas e legumes da Polónia", sublinhou.
Sublinhe-se que a Ucrânia tornou-se completamente dependente de rotas na UE para as suas exportações de cereais depois de a Rússia ter abandonado unilateralmente em julho o acordo de exportação que tinha permitido a Kyiv enviar os seus produtos agrícolas em segurança para países de África e da Ásia através do Mar Negro.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 17 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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