Alegações de envolvimento na morte de líder sikh no Canadá "são absurdas"

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia considerou hoje absurdas as alegações do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, que implicou Nova Deli no assassínio de um ativista sikh no Canadá.

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Lusa
19/09/2023 06:40 ‧ 19/09/2023 por Lusa

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Canadá

"As alegações de envolvimento do governo indiano em qualquer ato de violência no Canadá são absurdas", afirmou o ministério num comunicado.

"Somos um Estado democrático com um forte compromisso com o Estado de direito" e "tais alegações infundadas procuram desviar a atenção dos terroristas e extremistas do Calistão, que receberam abrigo no Canadá e continuam a ameaçar a soberania e a integridade territorial da Índia", refere-se na mesma nota, acrescentando que a Índia está preocupada com a inação do Governo canadiano.

O Canadá expulsou na segunda-feira um importante diplomata indiano enquanto investiga alegações ligações entre as autoridades indianas e o assassínio de um líder sikh no Canadá.

A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, declarou que o chefe dos serviços de informação indianos no Canadá foi expulso como consequência desta investigação.

"Se for verdade, isto seria uma grande violação da nossa soberania e da regra mais básica de como os países lidam uns com os outros. Como consequência, expulsámos um importante diplomata indiano", afirmou a ministra canadiana.

Também na segunda-feira, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, revelou que os serviços de informação do seu país implicaram as autoridades indianas no assassínio, no Canadá, de um líder da comunidade sikh.

"Qualquer envolvimento de um Governo estrangeiro no assassínio de um canadiano em solo canadiano é uma violação inaceitável da nossa soberania", disse Trudeau, na câmara baixa do parlamento do Canadá.

O primeiro-ministro acrescentou que o Canadá "transmitiu profundas preocupações aos mais altos responsáveis de segurança e do Governo indiano" sobre o assassínio de Hardeep Singh Nijjar, ocorrido em junho na cidade de Surrey, no oeste do Canadá.

Singh Nijjar, atingido a tiro em 18 de junho por agressores desconhecidos no estacionamento de um templo sikh, foi acusado de terrorismo pelas autoridades indianas por defender a criação de um país independente no estado de Punjab, o Calistão, para a minoria étnica e religiosa sikh.

A 01 de setembro, o Governo canadiano anunciou a suspensão das conversações com a Índia para a assinatura de um acordo de comércio livre, sem explicar os motivos. O Canadá também cancelou uma missão comercial à Índia que estava marcada para outubro.

Cerca de 1,8 milhões de pessoas de origem indiana vivem no Canadá, das quais cerca de 770 mil são sikhs.

O líder do social-democrata Novo Partido Democrático (NPD), Jagmeet Singh, o quarto partido no parlamento canadiano, é sikh.

Leia Também: Canadá expulsa diplomata indiano enquanto investiga morte de líder sikh

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