No final da intervenção no debate de alto nível da 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, que arrancou hoje em Nova Iorque, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, Erdogan considerou que os incidentes de hoje põem em causa o acordo já estabelecido no enclave.
Baku anunciou hoje uma operação militar no enclave, após a morte de quatro polícias e dois civis azeris numa explosão de minas, que atribuiu a separatistas arménios.
Na intervenção na ONU, e apesar da tentativa de se manter imparcial -- a Turquia desempenhou papel fundamental no acordo de paz --, Erdogan criticou as autoridades arménias, a quem acusou de estarem a perder uma oportunidade de viver em paz no enclave que, defendeu, pertence ao Azerbaijão.
"Todos têm o direito de viver em paz no território azeri. Arménios e azeris", frisou o Presidente turco.
A Rússia mantém uma força de manutenção da paz em Nagorno-Karabakh, no âmbito de um cessar-fogo negociado por Moscovo, um aliado tradicional da Arménia, para pôr fim ao anterior conflito na região em 2020.
Nesse sentido, Moscovo apelou já à contenção e disse que foi informada do início da operação "alguns minutos" antes, depois de Baku ter anunciado que avisou as forças russas.
Depois de ter lançado a operação militar, o Azerbaijão exigiu a retirada "incondicional e total" da Arménia de Nagorno-Karabakh e a dissolução do "chamado regime separatista" para alcançar a paz na região azeri.
Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão de maioria arménia, declarou a independência de Baku na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.
A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.
Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.
Leia Também: Nagorno-Karabakh: Centenas de manifestantes arménios pedem demissão do PM