"Estamos em contacto muito próximo com as partes em conflito (...) Espero que possamos conseguir um desanuviamento e uma solução pacífica do problema", disse Putin, em declarações divulgadas após uma reunião com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.
Contudo, não foi possível confirmar se estas declarações foram registadas antes ou depois do anúncio do acordo de cessar-fogo.
Poucos minutos antes, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não comentou o acordo de cessar-fogo anunciado pelos separatistas de Nagorno-Karabakh e pelo Azerbaijão, que foi mediado pelas forças de paz russas na região.
"Não tenho quaisquer pormenores neste momento", disse Peskov durante o seu 'briefing' diário, que ocorreu logo após o anúncio de que as forças do enclave se estavam a render.
Peskov admitiu ainda que Vladimir Putin poderá falar ainda hoje por telefone com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan.
"Estamos a aguardar um acordo sobre o calendário da conversa telefónica entre o Presidente Putin e o primeiro-ministro Pashinyan", afirmou, citado pela agência russa Interfax.
Peskov referiu não estar prevista para já uma conversa semelhante com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, ao ser questionado sobre essa possibilidade.
"Ainda não, os contactos continuam a nível de trabalho. Se for necessário, essa conversa, claro, também pode ter lugar", respondeu.
Os separatistas arménios de Nagorno-Karabakh anunciaram hoje que aceitaram depor as armas e negociar a reintegração da parte do território que controlavam no Azerbaijão.
A decisão ocorreu um dia depois de o Azerbaijão ter lançado uma operação militar no enclave de população maioritariamente arménia, que os separatistas disserem ter causado 32 mortos e mais de 200 feridos.
O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que o acordo foi negociado pelo comando da força de manutenção de paz que a Rússia tem em Nagorno-Karabakh desde há cerca de três anos.
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