A lista de nove nomeações foi hoje conhecida numa reunião das comissões dos Assuntos Externos e do Desenvolvimento e da Subcomissão dos Direitos do Homem da assembleia europeia, na qual os grupos políticos apresentaram os seus escolhidos, sendo que cada nomeado deve ter o apoio de pelo menos 40 eurodeputados e cada parlamentar pode apoiar apenas um nome.
O grupo político Identidade e Democracia, criado na atual legislatura da assembleia europeia que começou em 2019 e que conta com 73 membros, escolheu o empresário norte-americano Elon Musk.
Por seu lado, as maiores bancadas políticas -- o Partido Popular Europeu e os Socialistas e Democratas -- escolheram Mahsa Amini, a jovem iraniana que morreu há um ano sob custódia da polícia depois de ter sido detida por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestuário islâmicos.
Estes partidos elegeram também as mulheres do Irão e o movimento cívico que as representa, o Movimento Mulher, Vida, Liberdade.
Igual nomeação foi feita pelo grupo parlamentar Renovar a Europa.
Já a bancada dos Conservadores e Reformistas Europeus escolheu o povo pró-europeu da Geórgia e Nino Lomjaria, antigo defensor público georgiano, e os Verdes/Aliança Livre Europeia nomearam a ativista climática do Uganda Vanessa Nakate.
O Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde apontou as mulheres que lutam pelo aborto livre, seguro e legal, entre as quais as ativistas Justyna Wydrzynska na Polónia, Morena Herrera de El Salvador e Colleen McNichols dos Estados Unidos.
Outros 59 eurodeputados escolheram ativistas afegãos da educação, como Marzia Amiri, Parasto Hakim e Matiullah Wesa.
E ainda outros 43 parlamentares selecionaram a advogada e ativista dos direitos humanos Vilma Núñez de Escorcia e o monsenhor Rolando José Álvarez Lagos, da Nicarágua.
Esta lista de nove nomeados será sucedida por uma outra mais curta, com três nomes.
O vencedor será anunciado em outubro e a cerimónia de entrega do prémio terá lugar durante a sessão plenária de dezembro, na cidade francesa de Estrasburgo.
Em 2022, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi atribuído ao povo ucraniano.
Todos os anos, em setembro, os eurodeputados e os grupos políticos nomeiam candidatos ao Prémio Sakharov.
As candidaturas - assinadas e acompanhadas de documentos comprovativos - são depois avaliadas numa reunião conjunta das comissões parlamentares, sendo depois realizada uma lista de três candidatos que é submetida a uma decisão final da Conferência dos Presidentes, composta pela líder do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e pelos responsáveis dos grupos políticos.
Atribuído pela primeira vez em 1988 a Nelson Mandela e Anatoli Marchenko, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é o mais alto tributo prestado pela União Europeia ao trabalho no domínio dos direitos humanos.
Reconhece indivíduos, grupos e organizações que tenham dado um contributo notável para a proteção da liberdade de pensamento.
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