Índia encerra principal fronteira com Paquistão após ataque em Caxemira

A Índia anunciou esta quarta-feira o encerramento do principal posto fronteiriço com o Paquistão, vai convocar na quinta-feira o Comité de Segurança Nacional paquistanês.

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Lusa
23/04/2025 19:05 ‧ há 5 horas por Lusa

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Estes anúncios surgiram um dia depois do mais mortífero ataque dos últimos anos contra civis, na parte indiana de Caxemira, em que morreram 28 pessoas.

 

A fronteira Attari-Wagah entre os dois países rivais "será encerrada com efeitos imediatos", disse Vikram Misri, responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano.

A mesma fonte acrescentou que as pessoas com documentos de viagem válidos podem regressar antes de 01 de maio.

Nova Deli declarou ainda "persona non grata" os conselheiros de defesa paquistaneses e decidiu expulsar vários diplomatas depois de uma reunião do Comité do Gabinete de Segurança, presidido pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

O comité decidiu aplicar uma série de medidas destinadas a manifestar uma posição firme da Índia contra o que considera ser o apoio do Paquistão ao terrorismo transfronteiriço.

A Índia ordenou aos conselheiros de defesa, militares, navais e aéreos do Alto Comissariado do Paquistão (embaixada) em Nova Deli que abandonassem o país no prazo de uma semana.

Como medida recíproca, a Índia vai retirar os conselheiros de Islamabade, abolindo, assim, os postos nas duas missões diplomáticas.

Foi ainda suspenso o regime de isenção de vistos para cidadãos paquistaneses, revogando todos os vistos anteriormente emitidos ao abrigo deste programa.

Um tratado estratégico de partilha de água com o Paquistão foi suspenso.

Por seu lado, o Paquistão vai convocar na quinta-feira o Comité de Segurança Nacional "para responder à declaração do Governo indiano", disse o vice-primeiro-ministro e chefe da diplomacia, Ishaq Dar.

Homens armados atacaram na terça-feira um grupo de turistas na designada "Pequena Suíça", perto da cidade turística de Pahalgam, na Caxemira administrada por Nova Deli.

Testemunhas oculares disseram que os atacantes saíram das densas florestas de pinheiros e, aparentemente, visaram seletivamente pessoas que pensavam ser não muçulmanas.

Um grupo militante até agora desconhecido, que se intitula Frente de Resistência (FRT), reivindicou a autoria do ataque num comunicado divulgado pela imprensa indiana.

As autoridades indianas consideram que a FRT é um ramo da organização Lashkar-e-Taiba (LeT), um grupo militante paquistanês, responsável por violentos ataques na Índia no passado.

A FRT foi formada após a revogação pela Índia do estatuto de semiautonomia da Caxemira em 2019, altura em que o grupo declarou que a sua motivação era responder às políticas do governo indiano na Caxemira, incluindo a alegada instalação de população não local na região.

A região de Caxemira tem sido historicamente um ponto de conflito entre a Índia e o Paquistão desde a independência em 1947. Ambos os países reivindicam a soberania sobre o território.

Leia Também: Marcelo condena "terrível ataque" contra turistas na Caxemira indiana

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