"Os países vizinhos não devem aguentar sozinhos as consequências desta crise, uma vez que a drenagem dos recursos destes países e o aumento das suas responsabilidades e pressões sobre os serviços acabarão por afetar a fragilidade das sociedades que acolhem", afirmou Sameh Shukri durante uma reunião ministerial sobre a resposta humanitária no Sudão, na qual participaram representantes da Arábia Saudita, do Catar, da União Africana, da União Europeia e das Nações Unidas, à margem da 78.ª assembleia-geral, que decorre esta semana em Nova Iorque.
O chefe da diplomacia egípcia lembrou que o seu país recebeu até agora mais de 310 mil refugiados sudaneses, um número a que se somam outras 13 mil pessoas de outras nacionalidades que atravessaram a fronteira do Egito desde que a guerra estalou no Sudão, a 15 de abril.
Apesar de o Egito prometer fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar os refugiados, esta crise "cria uma concorrência pelos recursos e pelas oportunidades laborais" e, "sem apoio, ameaça a convivência e causará movimentos de imigração ilegal", disse Shukri, citado pela agência espanhola de notícias, a EFE.
Por isso, concluiu o governante, "compartilhar as responsabilidade e as consequências será a única solução para aliviar os fardos de outros países".
O Egito é o segundo país que mais refugiados acolhe deste conflito, numa lista liderada pelo Chade, que recebeu quase 500 mil pessoas, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O conflito que eclodiu no Sudão a 15 de abril provocou o deslocamento interno de mais de 4,2 milhões de pessoas, fazendo pelo menos 5 mil mortos e 12 mil feridos, segundo as Nações Unidas.
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