Falando na Assembleia Geral da ONU, Vucic afirmou que os países ocidentais invocaram os princípios da soberania e dos direitos humanos para aprovar o estatuto do Kosovo como nação independente.
O Kosovo declarou a sua independência da Sérvia em 2008, quase uma década depois de a NATO ter ajudado a expulsar as forças sérvias da antiga província, numa guerra sangrenta que deixou cerca de 13 mil mortos, a maioria de origem albanesa.
Os Estados Unidos e a maioria dos países europeus reconheceram o Kosovo.
"[Os países ocidentais] não riram quando o Presidente russo usou as mesmas palavras para justificar o seu ataque à Ucrânia", disse Vucic.
"Esqueceram que eles próprios usaram o mesmo discurso, as mesmas palavras e as mesmas explicações", referiu o líder sérvio.
"O pior é que todos aqueles que cometeram agressões contra a República da Sérvia estão hoje a dar lições sobre a integridade territorial da Ucrânia", acrescentou, sublinhando que "os princípios não mudam de uma circunstância para outra".
Belgrado, bem como os seus principais aliados, a China e a Rússia, recusaram-se a reconhecer a independência do Kosovo, cuja população é maioritariamente de origem albanesa, mas que inclui áreas de maioria sérvia no norte.
As tensões continuam elevadas depois de meses de tumultos nesta região de maioria sérvia do Kosovo. No final de maio, mais de 30 soldados da força da NATO (KFOR) ficaram feridos em confrontos na região.
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