A afirmação de Netanyahu, ao discursar no debate anual da ONU, de que o Irão "deve, acima de tudo, ser confrontado com uma ameaça nuclear credível" foi posteriormente retirada pelos serviços do gabinete do primeiro-ministro israelita.
O texto do discurso referia-se a uma ameaça "militar" credível contra o programa nuclear iraniano e não a uma "nuclear", afirmou o Gabinete do primeiro-ministro, invocando "um erro de leitura".
"O primeiro-ministro mantém o texto original do seu discurso", acrescentou o gabinete do chefe do executivo de Israel, único país da região do Médio Oriente que possui armas nucleares, embora nunca o tenha reconhecido explicitamente.
"Enquanto for primeiro-ministro de Israel, farei tudo o que estiver ao meu alcance para impedir que o Irão adquira armas nucleares", afirmou Netanyahu na tribuna.
Netanyahu prosseguiu o discurso lembrando que o Irão, arqui-inimigo de Israel há décadas, "não só está a torpedear os acordos de paz com vários países árabes", disse, "como desenvolveu um programa nuclear apesar do escrutínio" da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).
Além das habituais invetivas contra o Irão como alegado patrocinador do terrorismo internacional, que são uma constante nos discursos de Israel na ONU, Netanyahu dirigiu-se aos países árabes que assinaram ou querem assinar acordos de paz com Israel, e em particular à Arábia Saudita, com a qual está a ser negociado um acordo mediado pelos Estados Unidos.
"Com o encorajamento do príncipe herdeiro [saudita] Mohammed bin Salman, juntos podemos moldar um futuro de grandes lições para os nossos povos", afirmou, aproveitando a oportunidade para mostrar um "mapa ideal" de Israel rodeado de países árabes aliados, que seria um nexo entre a Ásia e a Europa com potencial de prosperidade para dois mil milhões de pessoas, disse.
No entanto, esta aproximação aos países árabes tem um obstáculo: segundo Netanyahu, são os palestinianos que se opõem à paz com Israel com "as suas constantes demonizações do povo israelita".
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