Cabo Verde defende na ONU alívio da dívida dos países menos desenvolvidos
O primeiro-ministro cabo-verdiano Ulisses Correia e Silva defendeu hoje o alívio da dívida dos países menos desenvolvidos para que o mundo possa alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, apesar do contexto mais imprevisível.
© Lusa
Economia Cabo Verde
"Aumentaram os desafios para o alcance dos ODS", referiu o líder do Governo, ao discursar na 78.ª assembleia-geral das Nações Unidas.
Os desafios devem-se a um "contexto global difícil", que deve ser motivo "para aliviar a dívida dos países menos desenvolvidos", entre outras medidas, tais como "reformas na arquitetura financeira internacional".
"Cabo Verde e Portugal celebraram recentemente um acordo de transformação da dívida bilateral em financiamento climático e ambiental", referiu, como exemplo do que pode ser feito: "Se mais parceiros contribuírem, maior será a dimensão dos investimentos transformadores e mais acelerados serão os efeitos".
Ou seja, "são precisos mecanismos que criem círculos virtuosos", transformando o fardo da dívida num recurso para investimentos transformadores (da economia e sociedade) em África e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla inglesa), como o arquipélago cabo-verdiano.
O líder do Governo reiterou que "Cabo Verde mantém firme o seu compromisso de atingir os ODS" até 2030 e mantém como meta "erradicar a pobreza extrema em 2026".
No seu discurso, Ulisses Correia e Silva reiterou a defesa de uma maior representação dos países africanos ao nível do Conselho de Segurança da ONU e das instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial e o FMI.
Por outro lado, condenou os recentes golpes de estado no continente.
"Nestes tempos difíceis por causa de instabilidade e sucessivos golpes de estado em países africanos, Cabo Verde está do lado dos princípios e valores da democracia liberal constitucional. Em nome desses princípios, condenamos o recurso a golpes como forma de acesso ao poder", acrescentou.
A este propósito, o primeiro-ministro elencou medidas para prevenir "crises graves e conflitos extremados" e, ao mesmo tempo, "reforçar a democracia".
"Sistemas eleitorais e judiciais credíveis e confiáveis, liberdade de imprensa promotora do pluralismo e instituições fortes são fundamentais para a confiança dos atores políticos e dos cidadãos nas regras do jogo democrático", destacou.
O líder do Governo de Cabo Verde reiterou ainda a condenação à invasão russa da Ucrânia.
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