Na sequência de um ataque em que, segundo o Governo cubano, um homem atirou dois 'cocktails' Molotov contra o edifício, na tarde de domingo, o porta-voz do Departamento de Estado afirmou hoje que os EUA estão a dialogar com a embaixada, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, adotada em 18 de abril de 1961.
"Ataques e ameaças contra instalações diplomáticas são inaceitáveis. Estamos em contacto com funcionários da embaixada cubana, de acordo com nossas obrigações sob a Convenção de Viena", disse Matthew Miller, em conferência de imprensa.
O porta-voz do Departamento de Estado recusou, porém, comentar as declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, a classificar a agressão de "terrorista", com origem em "grupos anticubanos" que "se sentem impunes", já depois de o Governo cubano ter alertado as autoridades norte-americanas.
"Há uma investigação em curso e seria inapropriado especular sobre os motivos antes de saber o resultado. Não tenho motivos para concordar ou não concordar sem ver as provas das investigações em curso", disse.
Miller referiu ainda que o serviço de segurança do Departamento de Estado está a trabalhar em estreita colaboração com a polícia para manter a segurança das delegações estrangeiras nos Estados Unidos.
"É isso que estamos a fazer agora em relação a este ataque específico, em coordenação com a Polícia Metropolitana de Washington", salientou o responsável.
O ataque ocorreu horas depois de o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, e Bruno Rodríguez terem regressado a Havana, depois de terem marcado presença na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
A embaixadora cubana em Washington, Lianys Torres Rivera, alegou que a delegação foi atingida com 'cocktails' Molotov, numa mensagem acompanhada por quatro fotografias, onde se veem restos de um 'cocktail' Molotov numa janela do edifício e no chão, com três polícias a investigarem o local.
Na sequência do incidente, o grupo Redes Nacionais sobre Cuba convocou hoje uma manifestação para exigir que as autoridades norte-americanas investiguem o ataque como "terrorista" e retirem Cuba da sua lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
A embaixada cubana em Washington sofrera outro ataque em abril de 2020, quando um homem disparou contra o edifício e causou danos à sua estrutura.
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