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Vucic pede que NATO policie norte do Kosovo após incidentes de domingo

O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, pediu hoje perante os embaixadores das principais potências ocidentais envolvidas no conflito do Kosovo que a NATO assuma as tarefas de vigilância na zona norte da antiga província e após os incidentes de domingo.

Vucic pede que NATO policie norte do Kosovo após incidentes de domingo
Notícias ao Minuto

23:16 - 26/09/23 por Lusa

Mundo Sérvia

Vucic reuniu-se com os embaixadores dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha, e insistiu na mensagem que tem repetido nos últimos dias e centrada na necessidade de evitar que a polícia albanesa kosovar permaneça responsável por garantir a segurança nas zonas de maioria sérvia, no norte da ex-província.

Vucic também questionou o facto de a polícia do Kosovo "ter impedido que a Eulex [a missão da União Europeia] de se associar à operação" iniciada para conter na zona de Banjske um grupo que Pristina identificou inicialmente como membros do Exército sérvio, apesar de Belgrado assegurar que se tratavam de sérvios kosovares.

O Governo da Sérvia decretou para quarta-feira um dia de luto pelas vítimas destes incidentes -- quatro assaltantes mortos e um polícia albanês kosovar -- enquanto prosseguem ao investigações e as acusações de Pristina contra um grupo considerado "terrorista".

As autoridades do Kosovo difundiram novas imagens do assalto ao mosteiro de Banjske com o objetivo de identificar o vice-presidente do partido Lista Sérvia, Milan Radojicic, como o "líder do ataque terrorista", segundo indicou o ministro do Interior Jelal Svecla, citada pela agência noticiosa Kosova Press.

A procuradoria de Pristina ordenou hoje a prisão preventiva dos sérvios kosovares supostamente envolvidos no incidente armado de domingo.

De acordo com os 'media' locais, a procuradoria kosovar acusa-os de atentado à ordem constitucional, contra a segurança do Kosovo e participação num "ato terrorista", impondo-lhes um mês de prisão preventiva.

"São acusados de atos penais graves? É muito difícil comentar se existem provas disso", considerou Ljubomir Pantovic, advogado de um dos detidos ao portal noticioso sérvio kosovar Kossev.

A polícia albanesa kosovar já deteve desde domingo oito suspeitos de envolvimento direto no grupo que efetuou o ataque armado ou por alegado apoio logístico aos seus membros, que as autoridades calculam em cerca de 30 paramilitares, aparentemente todos sérvios kosovares.

Um sargento da polícia foi morto e outro agente ferido por disparos dos assaltantes num emboscada na localidade de Banjska, norte do Kosovo, perto da fronteira com a Sérvia.

Os atacantes refugiaram-se no mosteiro ortodoxo sérvio da pequena localidade, cm cerca de 500 habitantes, onde enfrentaram forças policiais kosovares que os cercaram. Pelo menos quatro foram mortos no tiroteio, enquanto os restantes terão aparentemente escapado do local.

A polícia kosovar prossegue as buscas, mas alguns dos intervenientes já poderão ter entrado em território da Sérvia.

Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral do Kosovo -- a sua antiga província do sul e considerada o berço da sua nacionalidade e religião -- proclamada em fevereiro de 2008 na sequência de uma guerra iniciada por uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.

Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria (perto de 90%) de etnia albanesa e religião muçulmana.

O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.

A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil, África do Sul ou Indonésia) também não reconheceram a independência do Kosovo.

Os dois países negoceiam a normalização das relações assente num novo plano da UE, apoiado pelos Estados Unidos, com o seu roteiro acordado por Belgrado e Pristina em março passado, mas que a permanência das tensões se arrisca a comprometer em definitivo.

Leia Também: Rússia culpa Kosovo de "derramamento de sangue" no domingo

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