Kremlin critica Arménia por ratificar adesão ao TPI

O Kremlin considerou hoje um erro a decisão da Arménia, aliada histórica de Moscovo, de ratificar a adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI), organismo que emitiu um mandado de detenção contra o Presidente russo, Vladimir Putin.

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Lusa
03/10/2023 14:46 ‧ 03/10/2023 por Lusa

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"Duvidamos que a adesão da Arménia ao Estatuto de Roma seja correta do ponto de vista das relações bilaterais. Continuamos a acreditar que esta é uma decisão errada", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

O Parlamento arménio ratificou hoje a adesão ao TPI, após um rápido debate sobre este projeto.

Embora as relações entre Moscovo e Erevan estejam muito tensas nos últimos meses, no contexto da derrota dos separatistas arménios contra o Azerbaijão em Nagorno-Karabakh, Peskov sublinhou que a Arménia não tem "nada melhor" do que a aliança com Moscovo.

A Arménia é membro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sua sigla em inglês), uma aliança militar liderada pela Rússia que reúne várias antigas Repúblicas soviéticas.

A Rússia é também um importante fornecedor de armas à Arménia e tem uma base militar no país.

Na primavera, o TPI emitiu um mandado de detenção contra o Presidente Vladimir Putin pela "deportação" de crianças ucranianas para a Rússia, decisão que foi rejeitada por Moscovo.

"Consideramos a decisão do TPI em relação ao Presidente Putin ilegal, nula e sem efeito", reafirmou hoje Peskov.

As relações entre a Arménia e a Rússia atravessam um período de tensão, com Erevan a acusar Moscovo de a ter abandonado os arménios de Nagorno-Karabakh durante a operação militar do Azerbaijão, há quase duas semanas, algo que o Kremlin nega.

Nos últimos meses, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, aproximou-se do Ocidente, esperando ajuda, organizando até exercícios militares com os Estados Unidos.

O Governo separatista do Nagorno-Karabakh anunciou na quinta-feira que se vai dissolver e que a república não reconhecida vai deixar de existir até 01 de janeiro de 2024.

O anúncio foi feito depois de o Azerbaijão ter levado a cabo uma ofensiva militar para recuperar o controlo total da região separatista e ter exigido que as tropas arménias em Nagorno-Karabakh depusessem as armas e o governo separatista fosse desmantelado.

Leia Também: Parlamento da Arménia ratifica adesão ao Tribunal Penal Internacional

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