Varsóvia e Praga instauram controlos na fronteira com Eslováquia
A Polónia e a República Checa anunciaram que iriam introduzir controlos nas suas fronteiras com a Eslováquia a partir da meia-noite de hoje, numa tentativa de conter a crescente imigração ilegal.
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Mundo Migrações
"A partir da meia-noite, vamos reintroduzir controlos na fronteira com a Eslováquia", disse o ministro do Interior polaco, Mariusz Kaminski, em conferência de imprensa hoje realizada.
A decisão, tomada "em coordenação com os seus vizinhos", será também adotada pela República Checa, anunciou o Ministério do Interior checo.
Em ambos os países, as verificações deverão durar inicialmente dez dias.
"O número de migrantes irregulares na União Europeia está a começar a aumentar novamente. Não encaramos isto levianamente", disse o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, na rede social X (antigo Twitter).
O primeiro-ministro cessante da Eslováquia, Ludovit Odor, indicou hoje, em comunicado, que a Eslováquia responderá na quarta-feira à iniciativa dos seus vizinhos, considerando que a questão da "migração exige uma solução europeia nas fronteiras externas".
Por seu lado, Robert Fico, líder do partido Smer-SD, que venceu as eleições legislativas do fim de semana passado, e deverá formar novo Governo, prometeu introduzir controlos imediatos na fronteira húngara.
"Teremos que usar a força para resolver o problema dos migrantes", alegou.
A Eslováquia registou este ano um aumento do número de migrantes através da Hungria, com origem sobretudo na Sérvia.
Durante os primeiros oito meses de 2023, o país detetou a entrada ilegal de cerca de 24.500 migrantes no seu território, o que representa mais do dobro dos quase 10.900 contabilizados durante todo o ano de 2022, número que já era muito superior ao de 2021, quando foram registadas "apenas" algumas centenas de migrantes irregulares, avançou a polícia eslovaca.
O líder da polícia eslovaca, Stefan Hamran, explicou que a grande maioria desses migrantes apresentou-se como sírios já que, segundo as regras internacionais, não podem ser detidos ou deportados e, portanto, continuaram o seu caminho para a Europa Ocidental.
A República Checa, a Hungria, a Polónia e a Eslováquia formam o chamado Grupo de Visegrado (V4), composto por antigos países comunistas da Europa de Leste que são membros da União Europeia e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Quando uma onda de migrantes atingiu a Europa em 2015, o V4 opôs-se às quotas de redistribuição de migrantes propostas pela UE.
Na semana passada, a Alemanha anunciou o reforço dos seus controlos fronteiriços com a Polónia e a República Checa, a fim de combater o aumento da imigração ilegal.
A Ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, levantou recentemente a possibilidade de criar mesmo postos de controlo fronteiriços fixos com estes dois países, uma medida já em vigor ao longo da fronteira Alemanha-Áustria.
Todos estes países são membros da União Europeia e do espaço Schengen. A reintrodução de controlos fronteiriços no espaço Schengen só é permitida em circunstâncias excecionais e deve ser notificada a Bruxelas antes da sua implementação.
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