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Israel. Guerra com Hamas era "a última coisa de que a Europa precisava"

O especialista em assuntos europeus Paulo Almeida Sande defendeu em declarações à Lusa que a guerra entre Israel e o Hamas é "a última coisa de que a Europa precisava", temendo riscos de radicalização social.

Israel. Guerra com Hamas era "a última coisa de que a Europa precisava"
Notícias ao Minuto

16:20 - 09/10/23 por Lusa

Mundo Israel

Para Paulo Sande, com tantas crises dentro da União Europeia (UE), o conflito entre Israel e o grupo Hamas pode agravar alguns dos problemas que a comunidade a 27 vive atualmente.

"Desde logo, há riscos de radicalização de comunidades islâmicas na Europa. Como já está a acontecer em países como a Alemanha, a França ou o Reino Unido. Depois, há ainda o risco de haver radicalização de alguns partidos políticos, perante esta situação, agravando tensões internas dentro de cada um dos países", disse Paulo Sande em entrevista à agência Lusa.

Para este especialista - professor universitário, autor de vários livros sobre a UE e consultor político do Presidente da República -, "o que está a acontecer em Israel e na Faixa de Gaza vai agravar as dificuldades da coesão europeia", pelo que esta situação "é a última coisa de que a Europa precisava nesta altura".

As fraturas entre os países da UE, bem como entre os países da Comunidade Política Europeia, mais alargada, podem surgir de várias das consequências do conflito na região do Médio Oriente, nomeadamente no que diz respeito à questão moral ou questão da justiça dos ataques de ambos os lados, argumentou Paulo Sande.

O analista interrogou-se sobre como reagirão os vários países europeus aos ataques que serão feitos inevitavelmente por Israel contra o Hamas, sobre alvos onde existem escudos humanos, que, recorda, são israelitas e palestinianos.

"Depois, fica também em causa a ideia de que estávamos a caminhar para uma pacificação do Médio Oriente", defendeu Paulo Sande, lembrando que o retomar de relações diplomáticas e comerciais entre Israel e alguns países árabes pode vir a ser posto em causa, perante o risco de o conflito se alargar para lá da Faixa de Gaza.

Paulo Sande apontou ainda as consequências que este conflito pode ter no relacionamento entre a UE e os Estados Unidos, cuja política externa pode vir a ser repensada, deixando os países europeus perante a conclusão de que "vai precisar de se bastar a si própria".

"Os Estados Unidos vão jogar da forma que acharem mais conveniente. Com a Europa sem uma política externa comum eficaz, as dificuldades de afirmação do seu posicionamento serão ainda maiores", defendeu o analista, para explicar a necessidade de uma clarificação mais assertiva da linha diplomática de Bruxelas perante esta guerra entre Israel e o Hamas.

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