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RDCongo anuncia retirada antecipada de força regional

O Governo da República Democrática do Congo (RDCongo) anunciou hoje que a retirada da força regional da Comunidade da África Oriental vai ser antes da data acordada, 08 de dezembro, alegando que não atuaram de forma eficiente.

RDCongo anuncia retirada antecipada de força regional
Notícias ao Minuto

13:09 - 10/10/23 por Lusa

Mundo RDCongo

A força regional "deve deixar a República Democrática do Congo antes de 08 de dezembro, data antes acordada, porque não foi capaz de resolver os problemas de segurança, em particular o do grupo rebelde M23 (Movimento 23 de março)", afirmou hoje o porta-voz do Governo congolês, Patrick Muyaya, numa conferência de imprensa em Kinshasa, a capital.

O porta-voz anunciou ainda a probabilidade de haver uma reunião, posteriormente, com os chefes de Estado, para que se discuta a incapacidade desta força regional de resolver as questões de insegurança e que deverão ser tomadas medidas.

Muyaya fez o anúncio no meio de uma nova e intensa escalada dos combates do M23 no leste da RDCongo, que faz fronteira com Angola, após meses de relativa calma, que obrigou mais de 84.700 pessoas a abandonar as suas casas desde 01 de janeiro e matou pelo menos 20 civis no mesmo período, segundo as Nações Unidas (ONU).

O contingente militar composto por tropas do Quénia, Burundi, Uganda e Sudão do Sul começou a ser destacado no final do ano passado, na sequência da reativação do M23 em março de 2022, que passou a ocupar áreas e locais estratégicos no leste da RDCongo.

Os combates entre os insurgentes deixaram 2,4 milhões de pessoas deslocadas na província oriental de Kivu do Norte, segundo a ONU, e agravaram as tensões entre a RDCongo e o Ruanda devido à alegada colaboração de Kigali com o M23.

As autoridades ruandesas sempre negaram este facto, apesar de vários relatórios da ONU o confirmarem.

Simultaneamente, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), fundadas em 2000, por líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados na RDCongo, para recuperar o poder político no seu país de origem.

Esta colaboração foi igualmente confirmada pela ONU.

Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU no país (Monusco).

Leia Também: Novos combates no leste da RDCongo provocaram mais 51 mil deslocados

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