"Nós queremos que o povo se sinta livre, nós não queremos violência, nós queremos paz, serenidade", disse Armando Guebuza, em declarações aos jornalistas, após votar em Maputo.
Guebuza, chefe de Estado entre 2005 e 2015, defendeu que o escrutínio que se realiza hoje é uma oportunidade para que os eleitores participem na "criação de um futuro bom do país".
A votação para escolher os autarcas dos 65 municípios arrancou às 07:00 e vai decorrer até às 18:00 (17:00 em Lisboa), num dia que seria normal de trabalho no país, mas com todo o comércio e instituições na capital encerradas, entre apelos oficiais aos eleitores para que não fiquem nas assembleias de voto após a votação, enquanto a oposição pede o contrário, alegando receios de fraude eleitoral.
O antigo Presidente Joaquim Chissano (1986-2005) apelou também ao início da manhã, em Maputo, a um ambiente de calma no processo eleitoral em curso, "para um bom nome dos moçambicanos".
"Espero que tudo termine bem, para um bom nome dos moçambicanos, estas eleições podem ser exemplares para os moçambicanos", enfatizou Chissano, falando aos jornalistas, após exercer o seu direito de voto na capital.
De acordo com dados do recenseamento eleitoral, estão inscritos 8.723.805 eleitores em todos os distritos do país com autarquias locais e 4.817.712 eleitores nas circunscrições com autarquias locais.
Estas sextas eleições autárquicas contam com mais de 20.311 observadores nacionais e pelo menos 80 internacionais, das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique, além de mais de 866 jornalistas e 364 delegados de candidatura, de acordo com dados oficiais.
Os eleitores moçambicanos são chamados a escolher 65 novos presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.
Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além das autárquicas, prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a escolha do novo Presidente do país, cargo ao qual o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.
Concorrem às eleições autárquicas mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos, tendo a CNE determinado 1.486 Locais de Constituição e Funcionamento das Assembleias de Voto e 6.875 mesas de Assembleia de Voto.
Nas eleições autárquicas de 2018, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.
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