Segundo um comunicado da Presidência turca, Recep Tayyip Erdogan (islâmico-conservador) e o social-democrata Olaf Scholz mantiveram hoje uma conversa telefónica centrada na situação de tensão no Médio Oriente e na procura de soluções para as crises humanitárias na região.
Na conversa com o chanceler alemão, Erdogan disse que o Governo que lidera já está a fazer tudo o que é possível para acabar com a crise o mais rapidamente possível e que também está pronto para mediar o conflito entre as duas partes, que entraram em guerra sábado, após um inesperado e letal ataque do Hamas a Israel, que matou já cerca de 2.600 pessoas dos dois lados.
De acordo com o mesmo comunicado, Ancara defende que a solução para o conflito reside no estabelecimento de um "Estado palestiniano independente, soberano, geograficamente integrado e independente, com Jerusalém Oriental como capital, dentro das fronteiras de 1967".
Também hoje, o mesmo foi exigido pelos deputados turcos numa declaração aprovada no final de uma sessão do parlamento que decorreu à porta fechada, cujo texto apela também a uma paragem imediata dos ataques de ambas as partes.
Sobre esta questão, Erdogan, que na véspera tinha considerado "desproporcionada" a reação de Israel, já falou com vários outros líderes, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin.
O grupo islamita Hamas lançou sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque, Israel tem bombardeado, nos últimos seis dias, várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada "Espadas de Ferro".
Israel declarou guerra total, prometeu castigar o Hamas como nunca antes e impôs um cerco total à Faixa de Gaza, cortando o abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como "grupo terrorista" pela União Europeia (UE), Estados Unidos e Israel.
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