Relatora da ONU para Direitos Humanos continuará missão na Rússia

O Conselho de Direitos Humanos da ONU denunciou hoje que a situação continua a piorar na Rússia, razão pela qual decidiu prorrogar por mais um ano um mecanismo que monitoriza a situação naquele país.

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Lusa
12/10/2023 18:39 ‧ 12/10/2023 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

De acordo com o Conselho, registam-se graves restrições à liberdade de expressão, à reunião pacífica e medidas cada vez mais severas para silenciar qualquer voz crítica à guerra na Ucrânia, desencadeada por uma ofensiva militar russa, iniciada em fevereiro de 2022.

Numa resolução aprovada hoje graças a uma maioria de abstenções -- 22 abstenções, 18 votos a favor e sete contra - foi acordado que a relatora especial designada para monitorizar os direitos humanos na Rússia, Mariana Katzarova, continuará o seu trabalho durante pelo menos mais um ano, com as autoridades russas a serem instadas a colaborar com a funcionária das Nações Unidas.

O momento da votação foi perturbado por uma falha técnica que atrasou a visualização do resultado, mas o sistema foi retomado posteriormente para que o processo pudesse ser concluído.

Uma ampla coligação de países europeus propôs a resolução aprovada.

A delegação do Luxemburgo lamentou que todos os pedidos de colaboração que Katzarova transmitiu ao Governo russo tenham sido ignorados e que as autoridades deste país "tenham usado propaganda" para justificar a sua falta de cooperação com o Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

A mesma delegação acrescentou que, e perante a degradação da situação dos direitos humanos na Rússia no último ano, é necessário que a relatora continue a acompanhar a evolução da situação com todos os meios à sua disposição.

Os Estados Unidos argumentaram, por sua vez, que as forças russas "continuam a cometer atrocidades na Ucrânia e o Conselho não pode virar as costas ao que está a acontecer aos direitos humanos dentro das fronteiras da Rússia".

Washington acusou o Kremlin (Presidência) de ter virado todo o sistema de segurança e justiça contra os cidadãos para silenciar qualquer voz independente ou dissidente.

A China, que votou contra a resolução crítica à Rússia, disse preferir "diálogo e cooperação construtivos" para resolver divergências na área dos direitos humanos.

Em linha com a sua posição tradicional, Pequim reiterou que é contra qualquer mecanismo específico para um país sem o consentimento do mesmo.

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