Segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), mais de dois milhões de pessoas na Faixa de Gaza estão a ficar sem água potável, uma vez que Israel impede a entrada de ajuda humanitária no enclave.
"Tornou-se uma questão de vida ou de morte. É imperativo: O combustível tem de ser entregue agora em Gaza para que haja água disponível para dois milhões de pessoas", afirmou o Comissário Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, num comunicado.
E acrescentou: "O combustível é a única forma de as pessoas terem água potável. Caso contrário, as pessoas começarão a morrer de desidratação grave, incluindo crianças pequenas, idosos e mulheres. A água é atualmente a última tábua de salvação que resta. Apelo a que o cerco à assistência humanitária seja levantado agora", disse o representante da UNRWA.
Por seu lado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que o material médico necessário para satisfazer as necessidades de 300.000 pessoas na Faixa de Gaza foi transportado para um aeroporto egípcio perto do enclave palestiniano, enquanto se aguarda o acesso humanitário.
Segundo a OMS, o material poderá ser entregue logo que seja estabelecido o acesso humanitário através do posto fronteiriço de Rafah com o Egito, no sul da Faixa de Gaza.
Um avião transportando 78 m3 de equipamento do centro logístico da agência da ONU no Dubai aterrou no aeroporto de El-Arich, no Egito, informou a OMS em comunicado.
"A cada hora que passa com o equipamento estacionado no lado egípcio da fronteira, raparigas e rapazes, mulheres e homens, especialmente os vulneráveis e deficientes, continuarão a morrer, enquanto o equipamento que os pode salvar está a menos de 20 km de distância", continuou a OMS.
Este equipamento cobre "as necessidades de 300.000 pessoas", incluindo mulheres grávidas. Inclui equipamento para tratar 1.200 feridos e 1.500 pessoas que sofrem de problemas cardíacos, hipertensão, diabetes e problemas respiratórios.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou que centenas de milhares de crianças em Gaza se encontram numa situação "catastrófica" após uma semana de contra-ataques israelitas ao enclave palestiniano, em resposta à ofensiva lançada pelo Hamas no passado sábado.
"As crianças e as famílias de Gaza ficaram praticamente sem alimentos, água, eletricidade, medicamentos e acesso seguro aos hospitais, após dias de hostilidades e cortes em todas as vias de abastecimento", denuncia a UNICEF.
Para a diretora-geral da UNICEF, Catherine Russell, "a situação é catastrófica, com bombardeamentos incessantes e um aumento maciço da deslocação de crianças e famílias". Russell apela a "um cessar-fogo imediato e ao acesso humanitário como prioridades máximas para permitir que as crianças e as famílias de Gaza recebam a tão necessária ajuda".
A UNICEF estima que mais de 423.000 pessoas já fugiram das suas casas em Gaza para procurar refúgio em escolas ou hospitais e algumas instalações educativas foram danificadas pelos ataques.
O grupo islamita Hamas lançou no sábado passado um ataque surpresa contra Israel, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
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