"Massacre, horrível, brutalidade". Reações ao ataque de hospital em Gaza

O hospital Batista Árabe al-Ahli, localizado na cidade de Gaza, foi esta terça-feira bombardeado, provocando pelo menos 500 vítimas mortais.

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© Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images

Daniela Carrilho
17/10/2023 23:11 ‧ 17/10/2023 por Daniela Carrilho

Mundo

Israel/Palestina

O ataque ao hospital Al-Ahli na cidade de Gaza está a provocar reações dos líderes e entidades um pouco por todo o mundo. Ao todo, já morreram pelo menos 500 pessoas e o número pode aumentar substancialmente. O ataque é condenado por toda a comunidade internacional, tendo já sido apelidado de "horrível", "brutalidade sem precedentes" e "um crime de guerra selvagem".

O primeiro-ministro israelita já recusou que tenham sido as forças de Israel as responsáveis pelo ataque e salientou que "foram terroristas bárbaros" que cometeram o crime.

"O mundo inteiro deveria saber: foram terroristas bárbaros que atacaram o hospital em Gaza, e não as Forças de Defesa de Israel (FDI). Aqueles que assassinaram brutalmente os nossos filhos também assassinam os seus próprios filhos", declarou numa nota publicada na rede social X (antigo Twitter).

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Cravinho, considerou que estas notícias são "horrendas e chocantes".

"As notícias de Gaza são horrendas e chocantes. Foram mortos centenas de inocentes num hospital. Na escola da UNRWA, também bombardeada, houve mais mortes. Estes alvos não são militares", afirmou o ministro, fazendo um "urgente apelo" ao "respeito permanente do direito internacional humanitário".

O alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, exigiu que se esclareça claramente a responsabilidade pela explosão.

"As notícias que nos chegam do hospital batista Al-Ahli Arabi, em Gaza, acrescentam horror à tragédia que se desenrola perante os nossos olhos desde há dias. Mais uma vez, civis inocentes pagam o preço mais alto. A responsabilidade por este crime deve ser claramente estabelecida e os seus autores devem ser responsabilizados", assumiu na rede social X.

O presidente francês, Emmanuel Macron, salientou que "nada pode justificar o ataque a um hospital" e "nada justifica que se atinja civis".

"A França condena o ataque ao hospital árabe Al-Ahli em Gaza, que fez tantas vítimas palestinianas. Os nossos pensamentos estão com elas. É preciso fazer toda a luz sobre as circunstâncias", afirmou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que se tratou de uma "brutalidade sem precedentes".

"Atingir um hospital onde estavam mulheres, crianças e civis inocentes é o exemplo mais recente dos ataques de Israel desprovidos dos valores humanos mais básicos. Convido toda a humanidade a tomar medidas para pôr fim a esta brutalidade sem precedentes em Gaza", referiu.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, classificou o ataque aéreo como "horrível e absolutamente inaceitável".

A Sky News detalha que o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia também se manifestou condenando veementemente o ataque, enquanto o Irão apelidou-o de "selvagem crime de guerra".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, afirmou que o Reino Unido irá trabalhar com os seus aliados para "descobrir o que aconteceu" após a explosão no hospital al Ahli, na cidade de Gaza.

"A destruição do hospital Al Ahli é uma perda devastadora de vidas humanas. O Reino Unido tem sido claro. A proteção da vida dos civis deve estar em primeiro lugar. O Reino Unido trabalhará com os nossos aliados para descobrir o que aconteceu e proteger os civis inocentes em Gaza", declarou.

Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar classificou o ataque como uma "escalada perigosa".

O primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, disse que o ataque deveria ser "inequivocamente condenado da forma mais veemente possível".

"Não pode haver justificação para isto. Nenhuma. Se as pessoas não podem estar seguras num hospital, onde poderão? Este ataque deve ser condenado inequivocamente da maneira mais forte possível. O cessar-fogo é necessário agora. Homens, mulheres e crianças inocentes devem ser autorizados a sair de Gaza", escreveu Yousaf nas redes sociais.

O Egito descreveu o ataque como "uma perigosa violação" do direito internacional humanitário (DIH).

"Este ataque deliberado contra alvos civis constitui uma perigosa violação do DIH e dos valores humanos fundamentais", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros através de um comunicado.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, condenou "veementemente" o ataque  e apelou à proteção de civis inocentes.

"As primeiras informações indicam centenas de mortos e feridos. Apelamos à proteção imediata dos civis e dos cuidados de saúde e à inversão das ordens de evacuação", referiu.

Os Médicos sem Fronteiras (MSF) revelaram estar "horrorizados" com o bombardeamento.

"Estamos horrorizados com o recente bombardeamento israelita no Hospital Ahli Arab na cidade de Gaza, que tratava de pacientes e hospedava moradores de Gaza deslocados. Centenas de pessoas terão sido mortas. Isto é um massacre. É absolutamente inaceitável", declararam numa publicação.

Já o arcebispo da Cantuária considerou que se tratou de uma "perda terrível e devastadora de vidas inocentes".

"Trata-se de uma perda terrível e devastadora de vidas inocentes. O hospital Ahli é gerido pela Igreja Anglicana. Estou de luto com os nossos irmãos e irmãs - por favor, rezem por eles. Renovo o meu apelo para que os civis sejam protegidos nesta guerra devastadora", declarou.

O Hamas classificou o "horrível massacre" como um "crime de genocídio" contra as vítimas, atribuindo-o às forças de Israel.

"Este facto expõe também o apoio americano e ocidental a esta ocupação criminosa. A comunidade internacional e os países árabes e islâmicos devem assumir as suas responsabilidades e intervir imediatamente, agora e não amanhã, para acabar com a arrogância da ocupação e do seu exército fascista, e responsabilizá-los pelo genocídio que têm vindo a cometer pelo décimo primeiro dia consecutivo na área já bloqueada", lê-se no comunicado do grupo Hamas publicado na rede social Telegram.

Por sua vez, a responsabilidade do ataque foi atribuída à organização palestiniana Jihad Islâmica pelo Exército israelita, reportou a agência Reuters.

"De acordo com informações de inteligência, baseadas em diversas fontes que obtivemos, a Jihad Islâmica é responsável pelo ataque fracassado de rockets que atingiu o hospital", realçou o Exército israelita, em comunicado.

Estas alegações foram também desmentidas por um porta-voz da Jihad Islâmica, revelou a Sky News.

De recordar que Israel encontra-se em alerta máximo desde 7 de outubro, quando combatentes palestinianos do movimento islamita Hamas atacaram o sul do país em várias frentes a partir da Faixa de Gaza, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e capturando outras 155, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas -- segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas.

Tratou-se de uma ofensiva apoiada pelo grupo xiita libanês Hezbollah e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.

Na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas - grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel -- e ao qual Israel impôs um cerco total, cortando o abastecimento de água, combustível e eletricidade, a forte retaliação israelita matou e feriu vários milhares pessoas, incluindo centenas de crianças.

Leia Também: Centenas de mortos em ataque a hospital de Gaza. Muitos sob os escombros

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