O ataque ao hospital Al-Ahli na cidade de Gaza está a provocar reações dos líderes e entidades um pouco por todo o mundo. Ao todo, já morreram pelo menos 500 pessoas e o número pode aumentar substancialmente. O ataque é condenado por toda a comunidade internacional, tendo já sido apelidado de "horrível", "brutalidade sem precedentes" e "um crime de guerra selvagem".
O primeiro-ministro israelita já recusou que tenham sido as forças de Israel as responsáveis pelo ataque e salientou que "foram terroristas bárbaros" que cometeram o crime.
"O mundo inteiro deveria saber: foram terroristas bárbaros que atacaram o hospital em Gaza, e não as Forças de Defesa de Israel (FDI). Aqueles que assassinaram brutalmente os nossos filhos também assassinam os seus próprios filhos", declarou numa nota publicada na rede social X (antigo Twitter).
The entire world should know: It was barbaric terrorists in Gaza that attacked the hospital in Gaza, and not the IDF.
— Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו (@netanyahu) October 17, 2023
Those who brutally murdered our children also murder their own children.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Cravinho, considerou que estas notícias são "horrendas e chocantes".
"As notícias de Gaza são horrendas e chocantes. Foram mortos centenas de inocentes num hospital. Na escola da UNRWA, também bombardeada, houve mais mortes. Estes alvos não são militares", afirmou o ministro, fazendo um "urgente apelo" ao "respeito permanente do direito internacional humanitário".
As notícias de Gaza são horrendas e chocantes. Foram mortos centenas de inocentes num hospital. Na escola da UNRWA, também bombardeada, houve mais mortes. Estes alvos não são militares.
— João Cravinho (@JoaoCravinho) October 17, 2023
Reiteramos o nosso urgente apelo ao respeito permanente do direito internacional humanitário.
O alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, exigiu que se esclareça claramente a responsabilidade pela explosão.
"As notícias que nos chegam do hospital batista Al-Ahli Arabi, em Gaza, acrescentam horror à tragédia que se desenrola perante os nossos olhos desde há dias. Mais uma vez, civis inocentes pagam o preço mais alto. A responsabilidade por este crime deve ser claramente estabelecida e os seus autores devem ser responsabilizados", assumiu na rede social X.
The news coming from the Al-Ahli Arabi Baptist hospital in Gaza add horror to the tragedy unfolding before our eyes since days.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) October 17, 2023
Once again, innocent civilians pay the highest price. The responsibility for this crime must be clearly established & the perpetrators held accountable.
O presidente francês, Emmanuel Macron, salientou que "nada pode justificar o ataque a um hospital" e "nada justifica que se atinja civis".
"A França condena o ataque ao hospital árabe Al-Ahli em Gaza, que fez tantas vítimas palestinianas. Os nossos pensamentos estão com elas. É preciso fazer toda a luz sobre as circunstâncias", afirmou.
Nothing can justify striking a hospital.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) October 17, 2023
Nothing can justify targeting civilians.
France condemns the attack on the Al-Ahli Arab hospital in Gaza, which made so many Palestinian victims. Our thoughts are with them. All the light must be shed on the circumstances.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que se tratou de uma "brutalidade sem precedentes".
"Atingir um hospital onde estavam mulheres, crianças e civis inocentes é o exemplo mais recente dos ataques de Israel desprovidos dos valores humanos mais básicos. Convido toda a humanidade a tomar medidas para pôr fim a esta brutalidade sem precedentes em Gaza", referiu.
İçerisinde kadınların, çocukların, masum sivillerin olduğu bir hastaneyi vurmak, İsrail’in en temel insani değerlerden yoksun saldırılarının son örneğidir.
— Recep Tayyip Erdoğan (@RTErdogan) October 17, 2023
Gazze’de yaşanan ve tarihte benzeri olmayan bu vahşeti durdurmak için tüm insanlığı harekete geçmeye davet ediyorum.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, classificou o ataque aéreo como "horrível e absolutamente inaceitável".
A Sky News detalha que o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia também se manifestou condenando veementemente o ataque, enquanto o Irão apelidou-o de "selvagem crime de guerra".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, afirmou que o Reino Unido irá trabalhar com os seus aliados para "descobrir o que aconteceu" após a explosão no hospital al Ahli, na cidade de Gaza.
"A destruição do hospital Al Ahli é uma perda devastadora de vidas humanas. O Reino Unido tem sido claro. A proteção da vida dos civis deve estar em primeiro lugar. O Reino Unido trabalhará com os nossos aliados para descobrir o que aconteceu e proteger os civis inocentes em Gaza", declarou.
The destruction of Al Ahli hospital is a devastating loss of human life.
— James Cleverly???????? (@JamesCleverly) October 17, 2023
The UK has been clear.
The protection of civilian life must come first.
The UK will work with our allies to find out what has happened and protect innocent civilians in Gaza.
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar classificou o ataque como uma "escalada perigosa".
O primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, disse que o ataque deveria ser "inequivocamente condenado da forma mais veemente possível".
"Não pode haver justificação para isto. Nenhuma. Se as pessoas não podem estar seguras num hospital, onde poderão? Este ataque deve ser condenado inequivocamente da maneira mais forte possível. O cessar-fogo é necessário agora. Homens, mulheres e crianças inocentes devem ser autorizados a sair de Gaza", escreveu Yousaf nas redes sociais.
There can be no justification for this. None whatsoever.
— Humza Yousaf (@HumzaYousaf) October 17, 2023
If people can not be safe in a hospital, where can they?
This attack must be unequivocally condemned in the strongest possible manner
Ceasefire is needed now. Innocent men, women & children must be allowed to leave Gaza https://t.co/JYYWUBf5Bt
O Egito descreveu o ataque como "uma perigosa violação" do direito internacional humanitário (DIH).
"Este ataque deliberado contra alvos civis constitui uma perigosa violação do DIH e dos valores humanos fundamentais", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros através de um comunicado.
— Egypt MFA Spokesperson (@MfaEgypt) October 17, 2023
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, condenou "veementemente" o ataque e apelou à proteção de civis inocentes.
"As primeiras informações indicam centenas de mortos e feridos. Apelamos à proteção imediata dos civis e dos cuidados de saúde e à inversão das ordens de evacuação", referiu.
.@WHO strongly condemns the attack on Al Ahli Arab Hospital in north Gaza.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) October 17, 2023
Early reports indicate hundreds of deaths and injuries.
We call for the immediate protection of civilians and health care, and for the evacuation orders to be reversed.#NotATarget https://t.co/6I4t99WV03
Os Médicos sem Fronteiras (MSF) revelaram estar "horrorizados" com o bombardeamento.
"Estamos horrorizados com o recente bombardeamento israelita no Hospital Ahli Arab na cidade de Gaza, que tratava de pacientes e hospedava moradores de Gaza deslocados. Centenas de pessoas terão sido mortas. Isto é um massacre. É absolutamente inaceitável", declararam numa publicação.
We are horrified by the recent Israeli bombing of Ahli Arab Hospital in #Gaza City, which was treating patients and hosting displaced Gazans. Hundreds of people have reportedly been killed. This is a massacre. It is absolutely unacceptable...
— MSF International (@MSF) October 17, 2023
Já o arcebispo da Cantuária considerou que se tratou de uma "perda terrível e devastadora de vidas inocentes".
"Trata-se de uma perda terrível e devastadora de vidas inocentes. O hospital Ahli é gerido pela Igreja Anglicana. Estou de luto com os nossos irmãos e irmãs - por favor, rezem por eles. Renovo o meu apelo para que os civis sejam protegidos nesta guerra devastadora", declarou.
This is an appalling and devastating loss of innocent lives.
— Archbishop of Canterbury (@JustinWelby) October 17, 2023
The Ahli hospital is run by the Anglican church. I mourn with our brothers and sisters - please pray for them.
I renew my appeal for civilians to be protected in this devastating war.
May the Lord God have mercy. https://t.co/47Jl1X5pf2
O Hamas classificou o "horrível massacre" como um "crime de genocídio" contra as vítimas, atribuindo-o às forças de Israel.
"Este facto expõe também o apoio americano e ocidental a esta ocupação criminosa. A comunidade internacional e os países árabes e islâmicos devem assumir as suas responsabilidades e intervir imediatamente, agora e não amanhã, para acabar com a arrogância da ocupação e do seu exército fascista, e responsabilizá-los pelo genocídio que têm vindo a cometer pelo décimo primeiro dia consecutivo na área já bloqueada", lê-se no comunicado do grupo Hamas publicado na rede social Telegram.
Por sua vez, a responsabilidade do ataque foi atribuída à organização palestiniana Jihad Islâmica pelo Exército israelita, reportou a agência Reuters.
"De acordo com informações de inteligência, baseadas em diversas fontes que obtivemos, a Jihad Islâmica é responsável pelo ataque fracassado de rockets que atingiu o hospital", realçou o Exército israelita, em comunicado.
Estas alegações foram também desmentidas por um porta-voz da Jihad Islâmica, revelou a Sky News.
De recordar que Israel encontra-se em alerta máximo desde 7 de outubro, quando combatentes palestinianos do movimento islamita Hamas atacaram o sul do país em várias frentes a partir da Faixa de Gaza, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e capturando outras 155, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas -- segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas.
Tratou-se de uma ofensiva apoiada pelo grupo xiita libanês Hezbollah e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas - grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel -- e ao qual Israel impôs um cerco total, cortando o abastecimento de água, combustível e eletricidade, a forte retaliação israelita matou e feriu vários milhares pessoas, incluindo centenas de crianças.
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