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Egito e Jordânia rejeitam "política de castigo coletivo" imposto a Gaza

A Jordânia e o Egito rejeitaram hoje a "política de castigo coletivo" imposta por Israel à Faixa de Gaza, incluindo "o cerco, a fome e a deslocação de população", no âmbito da retaliação israelita após o ataque do Hamas.

Egito e Jordânia rejeitam "política de castigo coletivo" imposto a Gaza
Notícias ao Minuto

17:39 - 19/10/23 por Lusa

Mundo Israel

Num comunicado, divulgado pela Casa real jordana e emitido após um encontro no Cairo entre o rei Abdullah II da Jordânia e o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, os dois países reiteraram a rejeição de "qualquer deslocamento" de palestinianos para os respetivos territórios.

"Os dois líderes reiteraram o apelo para pôr termo imediatamente à guerra contra Gaza, proteger os civis, levantar o cerco e fornecer ajuda humanitária à população", indicou a nota informativa, antes de acrescentar que os dois dirigentes advertiram sobre a possibilidade de "submergir toda a região numa catástrofe" caso os combates "não cessem e se alastrem".

Neste sentido, sublinharam que o ataque atribuído pelo Hamas a Israel contra o hospital Al-Ahli na Faixa de Gaza -- que segundo as autoridades do enclave provocou mais de 470 mortos -- supõe "uma perigosa escalada" e condenaram este "crime atroz contra civis inocentes e indefesos".

O Exército israelita rejeitou as acusações do Hamas e afirmou que a explosão no hospital foi provocada pelo lançamento falhado de 'rockets' por combatentes do grupo palestiniano Jihad Islâmica, que já negou qualquer envolvimento.

Abdullah II e Al-Sisi manifestaram ainda a sua "firme posição" de apoio à causa palestiniana e "a necessidade de que o povo palestiniano materialize os seus direitos legítimos a partir da solução de dois Estados, garantindo o estabelecimento de um Estado palestiniano independente sobre as fronteiras de 04 de junho de 1967, com Jerusalém leste como capital".

"A necessidade de manter uma coordenação próxima e consultas entre os dois países sobre assuntos de interesse comuns, para que sirvam os seus interesses e as causas árabes, também foi destacada durante as conversações", acrescentou a Casa real jordana.

Amã confirmou na manhã de hoje a deslocação do monarca ao Cairo para se reunir com o Presidente egípcio e abordar "como deter a agressão israelita contra a Faixa de Gaza", na sequência dos ataques desencadeados pelo grupo islamita palestiniano Hamas, que controla o enclave desde 2007.

A viagem de Abdullah II ao Cairo surgiu após o cancelamento de uma cimeira que deveria ter decorrido quarta-feira na capital jordana, Amã, na qual também iria participar Al-Sisi, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas.

O encontro seria cancelado após o ataque que visou o hospital em Gaza.

Na ocasião, o ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi, argumentou que a reunião foi anulada pelo facto do conflito "não poder ser agora travado", tendo frisando na mesma ocasião que o objetivo do encontro consistia em "alcançar uma solução para parar a guerra, respeitar a humanidade dos palestinianos e entregar a ajuda que merecem".

Al-Sisi reuniu-se também hoje com Michael Kurilla, comandante do Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM), a quem transmitiu a importância de "reduzir as tensões" e "retomar o caminho da paz a partir de uma solução de dois Estados", segundo um comunicado publicado na página 'online' do serviço de informação estatal do Egito.

O líder egípcio alertou para a necessidade da comunidade internacional "ter em consideração o perigo de expandir as implicações de segurança deste conflito para toda a região", mas também para a necessidade de promover a entrega urgente de "ajuda humanitária" a Gaza de forma "sustentável" devido à "deterioração das condições humanitárias" no enclave com cerca de 2,3 milhões de habitantes.

Na quarta-feira, Israel afirmou que permitirá a entrada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza a partir do Egito, mas advertiu que terminará com o compromisso caso os bens sejam fornecidos ao Hamas. Horas depois, o Egito confirmou um acordo para abrir a passagem de Rafah para enviar ajuda humanitária ao enclave palestiniano.

Leia Também: Terminal de Rafah entre Egito e Gaza abre sexta-feira

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