Governo de Israel assume que não quer controlo de longo prazo em Gaza
Israel assumiu hoje que não quer assumir o controlo de longo prazo da Faixa de Gaza, após a aguardada ofensiva terrestre para erradicar os militantes do Hamas que governam o território.
© Lusa
Mundo Israel/Palestina
Num discurso perante o Parlamento sobre a estratégia a longo prazo de Israel para Gaza, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, apresentou um plano em três fases que parece sugerir que não pretende reocupar o território que deixou em 2005.
O ministro começou por dizer que os ataques aéreos e as manobras israelitas -- numa suposta referência a um ataque terrestre -- teriam como objetivo erradicar o Hamas, acrescentando que numa fase posterior acontecerá uma luta de menor intensidade para derrotar os focos de resistência restantes.
Finalmente, numa terceira fase, um novo "regime de segurança" será criado em Gaza juntamente com "a remoção da responsabilidade de Israel" sobre o território, disse Gallant.
O ministro da Defesa não esclareceu quem Israel espera que governe a Faixa de Gaza se o Hamas for derrubado.
Israel ocupou Gaza de 1967 a 2005, quando destruiu colonatos e retirou soldados.
Dois anos depois, o Hamas assumiu o controlo e, ainda hoje, alguns israelitas culpam a retirada de Gaza pela violência esporádica que persiste na zona desde essa altura.
O ataque do Hamas a 07 de outubro contra Israel fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e a retaliação israelita fez cerca de 4.000 mortos em Gaza, também sobretudo civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais.
No 14.º dia de guerra entre Israel e o Hamas, que prossegue apesar de uma intensa atividade diplomática, o Exército israelita continuou hoje a bombardear a Faixa de Gaza.
Segundo o Exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das zonas atacadas a 07 de outubro pelo movimento islamita.
O número de reféns do Hamas mantidos em cativeiro em Gaza foi na quinta-feira revisto em alta, para 203 pessoas, e o Exército israelita indicou hoje que "a maioria está viva".
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