No discurso de abertura do novo ano parlamentar, Kishida defendeu que é altura de mudar de uma economia de baixos salários e redução de custos para uma economia apoiada pelo crescimento criado por aumentos salariais sustentáveis e investimento.
"Estou determinado a tomar medidas ousadas sem precedentes (...). Colocarei mais ênfase na economia do que em qualquer outra coisa", disse o chefe de Governo.
Kishida prometeu um esforço intensivo para alcançar uma capacidade de produção mais forte no espaço de cerca de três anos.
O primeiro-ministro garantiu ainda estar determinado a ajudar as famílias a superar o impacto do aumento dos preços dos alimentos e serviços públicos, através da implementação de cortes no imposto sobre o rendimento.
Kishida também se comprometeu a introduzir incentivos fiscais às empresas para encorajar aumentos salariais e investimento.
Os líderes da oposição acusaram o primeiro-ministro de tentar, com estas promessas, comprar votos, depois do partido que o apoia, o Partido Liberal Democrata, ter perdido um assento no parlamentar em eleições parciais realizadas no domingo.
"Os resultados mostram claramente que muitos eleitores estão insatisfeitos com o atraso nas medidas económicas do governo para combater o aumento dos preços", disse Jun Azumi, um deputado do Partido Democrático Constitucional, da oposição.
Fumio Kishida negou que a proposta de redução de impostos tenha propósitos eleitorais e diz que faz parte de um novo pacote de estímulo económico que pretende anunciar até ao final do mês.
"Agora é a altura de me concentrar nisso e não estou a pensar em mais nada", disse o primeiro-ministro aos jornalistas, após o fim da sessão parlamentar.
Ainda durante o discurso, Kishida reiterou a necessidade de fortalecer as forças armadas do Japão, apontados para conflitos como a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.
O chefe do Governo também instou a China a suspender imediatamente a proibição de importações japonesas de marisco, imposta em agosto, quando a central nuclear de Fukushima começou a libertar no mar águas residuais radioativas tratadas.
As autoridades do Japão estão a trabalhar para encontrar novos mercados para a indústria pesqueira japonesa e reduzir a dependência da China, disse Kishida.
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