Hamas insta ONU e árabes a pressionar abertura de corredor humanitário
O grupo islamita palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza, instou hoje as Nações Unidas e os países árabes e muçulmanos a intensificarem a pressão para a abertura de um corredor humanitário naquele território.
© Ahmad Hasaballah/Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Exortamos os países árabes e islâmicos e as Nações Unidas a intensificarem os esforços para abrir um corredor humanitário permanente" no enclave palestiniano, que possa "fazer fracassar o plano da ocupação israelita de matar à fome os habitantes de Gaza", apelou o Hamas num comunicado oficial.
Pouco depois da eclosão do conflito armado, em 07 de outubro, na sequência de um ataque do Hamas, que matou 1400 pessoas em Israel, o Governo israelita impôs um cerco, impedindo o acesso de alimentos, água potável, medicamentos e eletricidade à Faixa de Gaza, provocando uma grave crise humanitária à população civil que vive no enclave.
"A entrada de quantidades muito limitadas de ajuda na Faixa de Gaza não satisfaz as necessidades crescentes do nosso povo, que está sujeito a uma agressão bárbara pelo 17º dia consecutivo", acrescentou o Hamas numa alusão aos três comboios de camiões com mantimentos, que desde sábado até hoje entraram no enclave provenientes do Egito.
Estes fornecimentos - um total de cerca de 60 camiões até hoje - não são suficientes para alimentar os 2,3 milhões de habitantes de Gaza nem melhoram a situação nos hospitais, a maioria dos quais entrou em colapso devido à falta de eletricidade e de recursos básicos de saúde.
"O cerco em curso paralisou as condições humanitárias e levou a uma grave escassez de alimentos e medicamentos, para não falar dos hospitais que ficaram sem combustível", sublinhou o Hamas.
O grupo apelou, assim, à abertura de um "corredor humanitário urgente" para os civis na Faixa de Gaza, por forma a garantir a sua segurança, bem como a entrada de todos os bens essenciais inexistentes.
Tudo isto, acrescenta o comunicado, "para evitar uma grande catástrofe humanitária" e a continuação do que o Hamas designa como "genocídio e crimes contra a humanidade", que, "se continuarem, serão uma desgraça absoluta".
Os ataques aéreos israelitas em Gaza mataram já mais de 5.000 palestinianos, 40% dos quais crianças e 22% mulheres ou idosos, e fizeram mais de 15.200 feridos, segundo as autoridades de saúde do enclave.
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