"Estamos prontos para formar um governo", disse Tusk, antigo primeiro-ministro (2007/14) e ex-presidente do Conselho Europeu (2014/19), após uma reunião que manteve com outros líderes dos partidos da oposição.
O anúncio foi feito pouco antes de o Presidente polaco, Andrzej Duda, iniciar dois dias de consultas pós-eleitorais com os líderes dos partidos com assento no novo parlamento.
Os desenvolvimentos de hoje marcam passos importantes no caminho para a formação de um novo governo após as eleições nacionais de 15 deste mês, embora ainda não seja claro quando é que um novo governo pode tomar posse na nação centro-europeia de 38 milhões de pessoas.
Muito depende das decisões de Duda, cujo papel constitucional inclui a convocação da primeira reunião do novo parlamento, algo que deve acontecer o mais tardar 30 dias após as eleições, e a nomeação de um candidato a primeiro-ministro para tentar formar um governo que possa ganhar um voto de confiança no Sejm, a câmara baixa do parlamento.
Se Duda optar por esperar pelos 30 dias para convocar o parlamento e pedir primeiro ao partido no poder, Lei e Justiça, a que é leal, que tente formar um governo, é possível que o novo governo só tome posse em dezembro.
O Lei e Justiça, conservador, obteve mais votos do que qualquer outro partido nas eleições, mas perdeu a maioria e não terá lugares suficientes para governar o país.
O anúncio feito pelos líderes da oposição foi um sinal para Duda de que estão prontos para governar e de que o Presidente polaco não deve perder tempo ao recorrer primeiro ao Lei e Justiça.
Os três partidos da oposição que prometeram restaurar as normas democráticas na Polónia obtiveram, em conjunto, mais de 54% dos votos nas eleições parlamentares, o que os coloca em posição de assumir o poder.
Duda deverá reunir-se ainda hoje com o primeiro-ministro polaco ainda em funções, Mateusz Morawiecki, e com outros representantes do Lei e Justiça, seguido de uma reunião com Tusk.
Duda prosseguirá as consultas na quarta-feira com representantes dos aliados de coligação de Tusk - a coligação centrista Terceira Via e o partido Esquerda - e com o partido de extrema-direita Confederação.
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