Um jovem político alemão do Alternative für Deutschland (AfD), o partido de extrema-direita alemão várias vezes ligado a movimentos extremistas neonazis, foi detido na sexta-feira por... estar ligado a uma fraternidade nazi.
Daniel Halemba, de 22 anos, foi eleito no início do mês para o parlamento regional da Bavaria, sendo um entre os 32 deputados que protagonizaram o melhor resultado de sempre da AfD na Bavaria, no sul da Alemanha. O AfD passou a ser o maior partido da oposição na região, numa altura em que o partido parece estar a ter um ressurgimento, após alguns resultados positivos à conta uma retórica anti-imigração e xenófoba.
Segundo contaram as autoridades, Halemba fazia parte de uma fraternidade de estudantes em Würzburg, onde a polícia encontrou vários símbolos nazis. As autoridades fizeram uma rusga à 'Tuetonia Prag' depois de vizinhos terem-se queixado de ouvirem o grito nazi 'Sieg Heil' vindo do local.
A polícia, citada pela BBC, acrescentou que foram "confirmadas as alegações dos vizinhos".
Halemba foi, curiosamente, detido poucas horas antes de ser abrangido pelo regime de imunidade parlamentar, que conquistara após a eleição.
Slogans e símbolos nazis são completamente proibidos na Alemanha, dado o passado do país durante os anos 30 e 40 do século XX. Tal como a expressão 'Sieg Heil', fazer uma saudação nazi ou demonstrar sinais nazis em público, como a suástica, é crime e pode ser punido com multas ou até três anos de prisão.
Quando foi detido, Halemba encontrava-se em Estugarda, noutra região da Alemanha. O jovem político respondeu pouco depois à detenção, publicando um vídeo nas redes sociais em que considerava o mandado de captura "completamente ilegal".
A AfD também comentou a detenção de um dos seus deputados, atacando as autoridades e classificando a acusação como "politicamente motivada".
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