Libaneses apoiam Palestina mas são contra guerra com Israel, diz sondagem
A grande maioria da população libanesa é contra uma guerra entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel, mas apoia a operação "Al Aqsa" iniciada pelo Hamas contra território israelita, segundo uma nova sondagem.
© reuters
Mundo Líbano
A pesquisa foi publicada pelo jornal libanês Al-Akhbar, considerado pró-Hezbollah, que atribui a sua autoria ao Centro para Estudos e Documentação, a 17 de outubro e incluindo 400 pessoas.
A sondagem diz que mais de 80% dos libaneses apoiam a operação 'Al-Aqsa' iniciada pelo Hamas a 7 de outubro, e que aqueles que se opõem ao conflito referiram ser "anti-guerra" ou a "favor da paz".
O apoio à operação 'Al-Aqsa' foi mais alto (mais de 98%) entre os libaneses muçulmanos xiitas (mais de 98%) e mais baixo (cerca de 60%) entre os libaneses cristãos.
No entanto a grande maioria da população diz ser contra a possibilidade do Hezbollah abrir uma nova frente de guerra com Israel.
Mais de 77% dos libaneses apoiam uma "condenação" política à "agressão contra Gaza" mas apenas 32% da população é a favor da abertura de uma nova frente de guerra desde o Líbano.
Por religião, 87,5% dos cristãos e 66,9% muçulmanos sunitas são contra esta ofensiva. Entre os muçulmanos xiitas - os eleitores do Hezbollah e maioria dos residentes das áreas controladas pelo grupo - quase metade respondeu ser contra uma nova guerra. A sondagem mostra assim que o Hezbollah não tem a maior parte do apoio popular entre os seus eleitores.
O Hezbollah, grupo financiado pelo Irão, anunciou hoje que o seu líder, Hassan Nasrallah, falará à nação. O discurso é o primeiro de Nasrallah desde o início das hostilidades na fronteira Líbano-Israel que já causaram a morte de 46 membros do Hezbollah, sete soldados israelitas, e a retirada de milhares de pessoas a sul do Líbano e a norte de Israel.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse na segunda-feira que está a fazer o seu "dever para prevenir que o Líbano entre na guerra", de acordo com uma entrevista à agência AFP. No domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano também disse que Teerão não quer que a guerra "se espalhe".
A sondagem mostra ainda que 62% dos libaneses concordam com a posição oficial do governo libanês, que apoia a causa palestiniana, mas rejeita o envolvimento do Líbano no conflito. Menos de 6% dos inquiridos concordam com a posição dos Estados Unidos e da União Europeia em relação ao conflito.
O Hamas, grupo considerado terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, atacou a 07 de outubro civis em território israelita, matando cerca de 1.400 pessoas. Outras 5.400 ficaram feridas e o Hamas fez 239 reféns.
Na resposta ao ataque, Israel tem bombardeado a Faixa de Gaza e, segundo o Hamas, já morreram mais de 8.000 de pessoas e mais de 20.000 ficaram feridas no território palestiniano.
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